Cientistas descobrem mais uma variante do coronavírus no Brasil

Potencialmente mais transmissível, cepa já circula por quatro das cinco regiões brasileiras, segundo estudo

 

Um grupo de pesquisadores do Brasil identificou uma nova mutação do coronavírus causador da covid-19 que circula em diferentes regiões do país há semanas e que, assim como a chamada variante brasileira (P.1), é mais contagiosa que a original.

A nova variante foi identificada depois que pesquisadores de cinco diferentes centros científicos e universitários do país realizaram a sequência genética de 195 amostras de vírus coletadas em 39 municípios do Brasil.

Análises genéticas identificaram em três das amostras uma nova variante do covid-19, com mutação que já foi associada a um contágio maior, informou em nota o LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que coordenou o estudo.

De acordo com o centro científico, os resultados das análises foram inseridos na quinta-feira (11) em diferentes bases de dados públicas internacionais e submetidos, no mesmo dia, à aprovação de uma revista científica internacional para a publicação de artigo assinado por 22 pesquisadores brasileiros identificando a nova variante.

De acordo com o estudo, a nova variante do vírus SARS-CoV-2 possui a mutação E484K em sua proteína S, presente em outras variantes e que já foi associada a uma maior capacidade de transmissão. Essa é a mesma mutação identificada nas variantes brasileira e britânica.

Os pesquisadores concluíram que a nova variante circula no Brasil pelo menos desde agosto do ano passado e que já se espalhou para quatro das cinco regiões do país.

Trata-se de uma linhagem diferente da P.1 (variante brasileira que surgiu na Amazônia), que tem gerado preocupação mundial, a que se atribui o agravamento da pandemia no Brasil e que tem levado vários países a suspender voos de território brasileiro.

Os cientistas até agora não estabeleceram se a nova variante é capaz de resistir a anticorpos já gerados por pessoas que contraíram o novo coronavírus ou que foram vacinadas.

As amostras utilizadas no estudo foram coletadas de pessoas com teste positivo para covid-19 entre 1º de dezembro de 2020 e 15 de fevereiro de 2021, e que tinham entre 11 e 90 anos.

A análise dos genomas permitiu reconstruir as rotas de transmissão das diferentes variantes no país, identificar desde quando P.1 circula e descobrir que outra variante inicialmente identificada no Rio de Janeiro (P.2) apresenta algumas diversificações à medida que se espalha por outras. regiões.

“A sequência genética de três das amostras nos permitiu identificar uma possível nova variante do SARS-CoV-2, proveniente da linhagem B.1.1.33 que circula no Brasil desde o início de 2020. Essa nova linhagem contém o E484K mutação na proteína S, que já foi associada à evasão imunológica e que, portanto, pode ter implicações para o planejamento de novas estratégias de controle da pandemia”, afirma o comunicado.

O laboratório acrescentou que decidiu antecipar os resultados do estudo antes da sua publicação em revista especializada e da sua revisão por outros cientistas porque a difusão de novas variantes do vírus torna necessária a formulação de novas estratégias de combate à pandemia.

“Além disso, é clara a necessidade crescente de vigilância genética eficaz para identificar antecipadamente as mutações virais potenciais e, assim, auxiliar no aprimoramento das vacinas atuais”, acrescenta a nota.

As autoridades sanitárias brasileiras atribuem à circulação de novas variantes o agravamento da pandemia no país em um momento em que em grande parte do mundo a situação tende a se estabilizar.

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