Chegada do frio afeta produção e preço de alguns alimentos sobe

Enquanto alguns produtos, como a cenoura, o maxixe e o milho, dobraram de valor na Ceasa-DF, outros tiveram redução, devido à baixa procura nesta época do ano, como as folhagens

 

Com o inverno, aumenta a busca por alimentos que resultam em refeições quentes, como sopa e caldo, elevando o valor dos ingredientes desses pratos. Cenoura, maxixe e milho, por exemplo, subiram até 100%. Por outro lado, a redução das chuvas e a queda de temperatura, típicos da estação, provocam baixa no consumo e no valor de folhagens.
O clima sempre impacta no preço final dos produtos, ressalta o diretor do Sindicato do Comércio varejista de carnes frescas, gêneros alimentícios, frutas, verduras, flores e plantas do DF (Sindigêneros), Evandro Meneses. “Muitos deles, como a cenoura, são mais produzidos no período de chuva e menos na estiagem. Já no caso da batata, os produtores tiveram muito prejuízo na última safra. Agora, está mais caro, porque eles precisam compensar as perdas”, explica.
O planejador financeiro Afrânio Alves aconselha procurar hortaliças da estação para evitar gastos além do orçamento familiar. “Tudo tem a ver com o clima. Quando ele está favorável a tal fruta, legume e verdura, o custo de produção é menor e a tendência dele chegar nas gôndolas é de preço mais acessível. O morango, por exemplo, que tem uma boa produção aqui, no seu período fica mais em conta. Na época de escassez, os preços oscilam”, comenta.
A design de interiores Anna Christina Rezende, 52, faz feira semanalmente nas Centrais de Abastecimentos (Ceasa-DF). Além de comprar para consumo próprio, revende a colegas de trabalho e vizinhos. Ela percebeu mudanças nos preços dos hortifrutis no fim de semana. “Para a gente poupar, tem de pesquisar. Ainda mais nesse período em que alguns produtos não ficam legais, como as folhas. A qualidade das alfaces piora. Muitos produtos sofrem com o frio”, observa.

Clientela fiel

Gerente comercial do Mercado Orgânico, na Ceasa-DF, Tatiana Veríssimo, percebeu procura maior por batata-doce e batata-inglesa, cenoura e abóbora. Como os itens produzidos pelo estabelecimento são vendidos por preços acima dos demais comércios, não há alteração no valor no inverno. “Ele já é um produto mais caro para produzir e vender. Não houve baixa nas vendas, porque os clientes sabem que aqui o valor é mais elevado e não queremos assustar os consumidores”, afirma.
O artista plástico Gil Marcelino, 74 anos, também vai à Ceasa-DF toda semana, para manter a alimentação saudável. Embora os preços de alguns produtos estejam mais altos, ele não pretende abrir mãos das hortaliças frescas. “Procuro não olhar muito o preço. A saúde deve ser mais importante sempre. Creio que com o tempo vai ficar mais em conta. Não mudo meu hábito”, afirma.
A comerciante Andréa Coelho vende legumes e verduras, diariamente, na Ceasa-DF. Mesmo com o aumento do valor de alguns produtos, ela garante que as vendas estão normais. “O pessoal continua consumindo, independentemente do valor. Muitos vêm aqui semanalmente, têm o hábito e optam por uma alimentação mais saudável. Até o momento, ainda não tivemos reflexo nas vendas. Mas, com a chegada das férias escolares, as pessoas viajam, e as vendas caem muito”, conta.
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