Chega de impostos: Moradores do Plano fazem abaixo-assinado contra criação da Zona Verde

Documento circula na internet como forma de manifesto contra a criação da Zona Verde. Na Asa Sul, prefeitos promovem enquetes para saber a opinião de vizinhos

 

 

Moradores das asas Sul e Norte se mobilizam por meio de um abaixo-assinado contrário à criação de estacionamentos rotativos em áreas públicas do Plano Piloto, a chamada Zona Verde. Um manifesto que circula pela internet reúne, até a noite desta terça-feira (11/8), mais de 19,2 mil assinaturas. Outros documentos semelhantes, subscritos presencialmente, promovem enquetes sobre o tema e correm entre as quadras da Asa Sul.

O texto do manifesto virtual afirma que, se a proposta de criação da chamada Zona Verde for aprovada, ela “acarretará sérios prejuízos à população do Distrito Federal”. “Primeiramente, pelo considerável aumento do custo de vida na capital do país (…). Além disso, prejudicará o direito de ir e vir e comprometerá o bem-estar e a qualidade de vida do brasiliense”, diz o documento, hospedado na plataforma change.org.

Na descrição do abaixo-assinado virtual, há a informação de que a iniciativa visa pressionar órgãos e representantes dos poderes Executivo e Legislativo do DF. “A falsa justificativa de que a medida visa incentivar o uso do transporte coletivo não pode ser aceita diante da realidade do Distrito Federal, onde a população está a mercê de um transporte público precário e insuficiente em termos de cobertura”, diz o texto. A reportagem tenta contato com o responsável pela criação do documento.

Outro espaço onde brasilienses têm se posicionado é no YouTube. No site, o vídeo da audiência pública promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), em 31 de julho, acumula 31,7 mil visualizações. Até a noite desta terça-feira (11/8), 487 espectadores aprovaram o conteúdo, enquanto outros 15 mil descurtiram a publicação.

Presidente do Conselho Comunitário da Asa Norte (CCAN), Sérgio Bueno da Fonseca contou que a mobilização acontece por iniciativa espontânea de moradores. “Não estamos estimulando esse abaixo-assinado (presencial) devido à pandemia. Exige uma logística de circulação de pessoas nos blocos e na área comercial das quadras que estamos evitando nesta fase de combate à covid-19”, explicou. “Mas temos estimulado a constituição de redes sociais virtuais e desse debate nelas. Na Asa Norte, temos feito um abaixo-assinado virtual”, completou Sérgio.

  • Documento que circula na Asa Sul
    Documento que circula na Asa SulReprodução

Presidente do conselho da Asa Sul (CCAS), José Daldegan comentou que a iniciativa envolve um levantamento simples, com resposta afirmativa ou negativa. Ao menos quatro prefeituras das quadras têm entrado em contato com moradores para perguntar se eles aprovam ou não a criação da Zona Verde. Daldegan não tem dados sobre o número exato de participantes, mas comentou que a amostra de desaprovação no vídeo da audiência pública no YouTube é significativa. “Foi uma iniciativa dos prefeitos. Uma estabeleceu prazo até esta sexta-feira, mas a maioria não estabeleceu. O CCAS não está cobrando resultados. Apenas aceitou elaborar um padrão, com base no modelo da prefeitura que elaborou uma proposta inicial”, afirmou.

Tombamento mantido e isenção ao morador

Na segunda-feira (10/8), o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro, afirmou que o projeto visa diminuir o número de carros nas vias, para priorizar o uso de transporte coletivo e incentivar a ocupação eficiente dos espaços públicos. O chefe da pasta concedeu entrevista ao programa CB.Poder, a TV Brasília.

Casimiro destacou que não haverá prejuízos ao projeto arquitetônico do Plano Piloto e que o plano deve sair do papel em 2021. “O governador quer publicar o edital neste ano, mas ainda há uma série de questões a serem resolvidas. Terminando a fase de consulta pública e de readequações, o projeto vai para o Tribunal de Contas para análise e aprovação”, disse o secretário.

A cobrança de taxas de moradores das quadras residenciais é um dos pontos polêmicos em fase de discussão. “O intuito de colocar cobrança na área residencial não é para onerar o morador, mas evitar que haja fuga de quem estaciona na comercial para ir até a área residencial. A ideia é dar isenção ao morador”, assegurou Valter Casimiro.

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