Bolsonaro diz que cabe a Guedes promover mudanças no Coaf

Presidente garante que ministro da Economia é livre para indicar e vetar pessoas dentro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

 

Ao falar com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada na manhã deste domingo (4/8), o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem “carta branca” para sugerir mudanças dentro da própria pasta. Nos últimos dias, o nome do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, que pertence ao ministério passou a ser questionado devido a críticas que ele teria feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender investigações que usem informações do Coaf, da Receita Federal e do Banco Central sem autorização judicial.
“Eu dei carta branca a todos os ministros para, vamos assim dizer, indicar as pessoas e o poder de veto. O Coaf, na medida provisória da reestruturação estava com (o Ministério da) Justiça. A partir do momento em que vai para a Economia, é o Paulo Guedes quem define. Ou alguém está desconfiando do Paulo Guedes agora aí? Qualquer um que quiser mudar qualquer coisa, muda sem problema nenhum não”, afirmou Bolsonaro. “Eu quero é que o seu ministério dê certo”, acrescentou o presidente.
A declaração de Bolsonaro foi uma resposta a reportagens veiculadas pelo jornal Folha de S. Paulo, que noticiaram haver uma pressão de pessoas próximas ao presidente contra Guedes para que Roberto Leonel fosse demitido. O presidente do Coaf teria se mostrado insatisfeito com o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, responsável pela decisão que impediu o acesso a dados do conselho para investigações.
As ações afetadas pelo despacho do ministro são as que tratam de crimes financeiros, como o de lavagem de dinheiro. O ministro atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho 01 do presidente da República, Jair Bolsonaro, e suspendeu o andamento de ações que utilizam informações repassadas por órgãos que são responsáveis por monitorar movimentações no sistema financeiro. O entendimento de Toffoli vale para todas as ações que utilizam dados repassados por essas entidades sem que tenha ocorrido autorização da Justiça.
No despacho, o ministro afirma que a suspensão é necessária para evitar que processos sejam anulados futuramente. O entendimento vale até que o Supremo julgue uma ação sobre o tema, agendada para ir ao plenário em novembro deste ano.
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