Bailarinas do DF são pré-selecionadas para o Bolshoi e tentam pagar viagem

Garotas precisam ir para Santa Catarina nesta quarta-feira (17/10) para fazer exames médicos, que são parte da processo seleti

 

Chegar ao balé do Bolshoi é o sonho da maioria dos bailarinos. E ele está mais próximo para três brasilienses que, agora, tentam angariar recursos para bancar uma viagem a Joinville, em Santa Catarina, onde farão exames médicos.
Duas dessas meninas participam do projeto social Dançar é Arte, no Lago Norte. Maria Eduarda Santos, 9 anos, e Emelly Queiroz, 10, foram selecionadas em uma audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Brasília. Para pagar a viagem à cidade catarinense, amigos e familiares fizeram uma vaquinha virtual.
Emelly entrou no projeto Dançar é Arte, uma instituição sem fins lucrativos que atende crianças carentes, há três anos. A mãe dela, a balconista Claudiana Gomes, 30, conta que a menina foi selecionada para o projeto dentre todos os alunos da turma dela da escola, no Recanto das Emas. “Eles fizeram uma seleção por sala. Em cada turma, um estudante seria contemplado e ela foi a escolhida”, lembra.
Claudiana nem imaginava que a filha fosse chegar tão longe com o balé. A menina confessa que está nervosa, mas pronta para ir atrás do sonho. “Eu entrei no balé quando tinha sete anos e não sabia que eu tinha o dom da dança, mas fui descobrindo isso nas aulas”, comenta a bailarina, que está ansiosa com a viagem. “Eu estou muito feliz. Estou sonhando com isso todo dia”, diz.
Entre as 20 crianças que participaram da audição, Maria Eduarda, moradora do Paranoá, também foi selecionada. A menina está nas aulas de balé há pouco mais de um ano e já encantou com a flexibilidade, digna de uma bailarina profissional. A mãe da Maria Eduarda, a massagista Ana Paula da Silva, 33, conta que a garota se encantou pelo balé por causa da irmã mais velha. “Ela sempre via a irmã frequentar as aulas e amava ver ela dançar, até que ela mesmo entrou no projeto Dançar é Arte”, afirma.
A mãe lembra que apesar do talento da Maria Eduarda, o resultado da audição foi uma surpresa. Ela conta que nem estava nos planos a menina participar da seleção. “Eu levei ela para acompanhar a apresentação da irmã. Como algumas meninas não compareceram, ela foi incluída e acabou sendo selecionada”, detalha.
Ana Paula sabe que talento a menina tem de sobra, mas garante que tem conversado com Maria Eduarda sobre a próxima etapa da seleção. “Essa é uma parte que não depende do esforço dela. É uma avaliação médica.” Já a menina, que sonha em ser uma bailarina profissional, não esconde a animação. “Eu gosto muito de balé. Estou um pouco ansiosa”, confessa.
Para ajudar as meninas com os custos da viagem, o Dançar é Arte abriu uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para as passagens, a hospedagem e alimentação. As meninas precisam fazer os exames médicos na Escola Bolshoi entre 16 e 22 de outubro. O procedimento é uma das etapas da seleção.

Rifa

Outra brasiliense pronta para tentar uma vaga na concorrida escola é Rayssa de Fátima Xavier da Silva, 13 anos, moradora de Brazlândia e aluno do Estúdio de Dança Cíntia Valadares. Ela também foi selecionada para a fase nacional, e os custos altos da viagem pegaram os pais da pequena bailarina de surpresa.  “Como não tínhamos condições, tivemos muita ajuda de pessoas que nos emprestaram dinheiro”, explica o pai da menina, Otacílio Júnior da Silva. Mas os custos de R$ 1.554 de passagens terão que ser devolvidos.
Para conseguir o dinheiro de volta. A empresa em que Otacílio é  vigilante deu uma panela elétrica para ser rifada. Até agora, a família já conseguiu R$ 805 com as rifas no valor de R$ 5 cada. Apesar da dificuldade, a felicidade de ter uma filha no caminho de ingressar no balé mais prestigiado do mundo é inegável. “Ficamos muito alegres. Muito gratificante para a família toda. Nós choramos quando recebemos a notícia”, lembra o pai orgulhoso.
Para Rayssa, essa é uma grande chance que não pode ser perdida. “Foi uma coisa muito boa. Uma grande oportunidade para mim. Um sonho. Eu fui avaliada por professores russos que exigem muita técnica”, relata. Mas ela confessa que a questão dos custos deixaram ela apreensiva. “Eu fiquei um pouquinho preocupada e nervosa, porque meus pais não têm muitas condições. Mas uma amiga da minha mãe nos ajudou”, comemora.
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