Teatro do absurdo

E se as mensagens sequestradas fossem trocadas por ministros do Supremo?

 

Sobretudo quando tratam de casos que acrescentam alguns pontos à audiência da TV Justiça, os ministros do Supremo Tribunal Federal conversam bastante — antes, durante e depois do julgamento —-  por telefone ou pelo WhatsApp. Além de ideias, impressões e opiniões sobre o que estão deliberando, os 11 juízes certamente trocam confidências e comentam assuntos íntimos.

Como reagiria o time da toga se esses telefonemas fossem grampeados, se as mensagens fossem sequestradas por hackers e se todo esse material obtido ilegalmente fosse divulgado? Teriam concordado com o acesso do réu ao conteúdo das conversas?

Mais: permitiriam que uma sentença do Supremo acabasse anulada porque Gilmar Mendes induziu uma trinca de súditos a absolver um culpado ou condenar um inocente? Antes de entregar a Lula o material obtido por uma quadrilha de hackers, a bancada que obedece a Gilmar deveria ter pensado nisso.

Aberto o precedente, os ministros estão expostos à armadilha concebida para socorrer um corrupto duas vezes condenado em segunda instância. A hipótese parece absurda? Não é mais absurda que a decisão da Segunda Turma do STF.

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