Rodrigo Pacheco (DEM-MG) é eleito presidente do Senado

Candidato apoiado por Bolsonaro venceu a disputa em primeiro turno, com um total de 57 votos

 

O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito presidente do Senado Federal, em votação secreta, nesta segunda-feira (1º/2), derrotando a candidata independente Simone Tebet (MDB-MS). Ele venceu a disputa em primeiro turno, com um total de 57 votos — bem acima do mínimo de 41, que equivale à metade mais um dos 81 senadores. Tebet recebeu 21 votos.

O resultado da eleição representa uma importante vitória política para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se empenhou pessoalmente na campanha do parlamentar, em um momento de forte pressão sobre o governo. O triunfo de Pacheco também fortalece o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), seu principal cabo eleitoral, que deve continuar com influência na Casa.

Além de favorecer a tramitação de projetos de interesse do Executivo, a eleição de Pacheco deve reforçar a blindagem de Bolsonaro no Congresso, no momento em que já passam de 60 os pedidos de impeachment contra ele — a maioria relacionada a sua atuação na pandemia.

As eleições para as presidências da Câmara e do Senado são importantes também para o chefe do governo decidir sobre o partido ao qual irá se filiar para concorrer à reeleição em 2022. Ele anunciou que tomará essa decisão em março. Além disso, as novas composições das Mesas Diretoras das duas Casas do Congresso vão orientar a reforma ministerial que Bolsonaro pretende fazer para acomodar os aliados.

Participaram da eleição no Senado 78 parlamentares. Jaques Wagner (PT-BA) e Jarbas Vasconcellos (MDB-PE) não compareceram por motivo de saúde. Chico Rodrigues (DEM-RR), por sua vez, não votou porque pediu licença do mandado, depois de ser flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca.

Com o resultado da eleição, Rodrigo Pacheco colheu os frutos de uma articulação que conseguiu atrair apoios não só de senadores governistas mas também de oposição, de partidos como PT, PDT e Rede. Ao longo da campanha, o parlamentar assegurou aos apoiadores que, embora contando com o aval do Planalto, ele estava comprometido com a independência do Senado.

Pesou também a favor de Pacheco o fato de ele demonstrar um perfil considerado garantista, com atuação, inclusive, na diretoria da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG). Isso agradou os parlamentares que consideram abusivo o modo de atuação da Lava-Jato e de outras operações anticorrupção.

Na semana passada, a vitória de Pacheco passou a ser dada como certa depois que a bancada do MDB desistiu de concorrer à eleição com Simone Tebet (MS), em favor de um acordo com Alcolumbre. A campanha emedebista era a única que representava algum tipo de ameaça à do candidato do DEM. Tebet, após a decisão dos colegas de partido, resolveu lançar uma candidatura independente, porém, sem a mesma força de antes.

Nesta segunda-feira, houve outras três desistências de candidatos, horas antes do início da eleição. Decidiram abandonar a disputa os senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Major Olimpio (PSL-SP) e Lasier Martins (Podemos-RS). Este último, ao discursar da tribuna, protestou contra a interferência do Planalto nas eleições internas do Congresso.

No discurso, ele citou a liberação, pelo governo, de um total de R$ 3 bilhões em verbas extras para deputados e senadores. Essa informação havia sido revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

“É verdade que ninguém colocou dinheiro nos bolsos, mas é verdade também que esta verba derrubada nos últimos dias, R$ 3 bilhões, está fazendo falta para o Bolsa-Família, auxílio emergencial, nesta época minguada de recursos do governo federal com o maior rombo da história do Brasil de R$ 743 bilhões de déficit primário”, afirmou Lasier. “Teve dinheiro para contemplar seletivamente vários senadores. Isso é compra de votos, descaradamente é compra de votos”, acrescentou o parlamentar.

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