Os Parlamentares vão tentar incluir os entregadores de moto e bike no projeto sobre motoristas por app

Governo federal propôs texto focado no transporte de pessoas, mas trabalhadores que fazem entregas estão fora das regras

 

Parlamentares querem incluir os trabalhadores que usam motocicleta e bicicleta para realizar entregas no projeto de lei apresentado pelo governo federal que regula a atividade de motoristas que transportam pessoas por meio de aplicativos e que foi enviado ao Congresso Nacional. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu pressionar uma das maiores empresas do setor a negociar uma proposta de regulamentação dos trabalhadores.

O assunto também foi discutido no comitê formado pelo governo federal no ano passado para regulamentar os aplicativos de entrega. O grupo é composto por representantes do governo, empregadores, entregadores e sindicalistas, com o Ministério do Trabalho e Emprego coordenando as atividades. No entanto, segundo o governo, há resistência das plataformas em negociarem uma proposta.

“Não vamos aceitar que os trabalhadores dos aplicativos de duas rodas não estejam incluídos com a sua situação regulamentada”, disse o deputado Airton Faleiro (PT-PA), que presidiu a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados em 2023.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também criticou o posicionamento das empresas de aplicativo de entrega.

[As empresas] diziam que o padrão dessa negociação não cabe no seu modelo de negócio. Não cabe porque é um modelo de negócio altamente explorador.

LUIZ MARINHO, MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO

Acordo coletivo, Previdência Social e horas diárias

O texto sugerido pelo governo prevê mudanças como negociação entre patrões e trabalhadores via acordos coletivos, inclusão obrigatória na Previdência Social e valor mínimo de remuneração.

Estima-se que a lei deve impactar, ao menos, 704 mil motoristas de aplicativos, segundo o último levantamento sobre a categoria feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os principais pontos da proposta está a criação de um valor mínimo a ser pago por hora trabalhada de R$ 32,90, sendo R$ 24,07 para cobrir os custos do trabalho (gasolina, internet, manutenção do veículo, etc.) e, por isso, com caráter indenizatório, e R$ 8,03 de remuneração efetiva para o trabalhador.

O projeto ainda estima que a jornada será de 8 horas diárias ou 176 horas mensais, podendo chegar ao máximo de 12 horas diárias. Caso o motorista trabalhe 43 horas por semana, ele receberá, no mínimo, o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.412, excluído os curtos para manutenção do trabalho. Esse é o valor mínimo, podendo o trabalhador receber mais pela hora trabalhada.

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