O Tarifaço de Trump se espalha conheça os novos alvos do presidente dos EUA

Depois de Lula, o presidente dos Estados Unidos também envia cartas para México, União Europeia, Canadá, Coreia do Sul e Japão com novas tarifas. Especialistas avaliam possibilidade de renegociação com os EUA

 

Após o anúncio da taxa de 50% para produtos brasileiros pelos Estados Unidos, México e União Europeia também foram notificados de que seriam taxados em 30%. Canadá, Japão e Coreia do Sul também não ficaram de fora das novas taxas do presidente dos EUA, Donald Trump. Em todas as cartas, o presidente norte-americano cita que busca uma forma de equilibrar a balança comercial com os países e que os Estados Unidos estão em desvantagem nas negociações exteriores. Para o Brasil, a carta ainda cita o julgamento pelo suposto golpe de Estado em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal.

Entretanto, mesmo com o adendo político na tarifa brasileira, especialistas acreditam que com os novos anúncios, Trump pode acabar voltando a negociar e desistir de aplicar as tarifas, como ocorrido anteriormente. Para Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, há a possibilidade de renegociação dos valores no futuro. “O próprio presidente Trump pode voltar a negociar esses valores um pouco mais para a frente, como a situação que nós já acompanhamos lá atrás, com anúncios de tarifas e depois até um recuo do presidente em negociar efetivamente negociá-las”, afirmou.

O economista Jonas Brito afirma que as recentes tarifas aplicadas para outros países pode promover uma união dos alvos do tarifaço. “(a tarifa) cria um denominador comum entre economias que, embora distintas, compartilham interesses em manter o fluxo comercial com os EUA. Essa coincidência pode fomentar alianças comerciais alternativas, favorecendo acordos regionais e oportunidades de trocas entre essas nações. O Brasil pode se beneficiar de uma aproximação mais profunda com países latino-americanos e europeus, consolidando sua presença em cadeias produtivas globais menos dependentes do mercado norte-americano”, destacou.

Além disso, ao tarifar mercados asiáticos, o Brasil pode ter uma a oportunidade de aumentar sua participação nesses países. “O movimento dos EUA em direção a tarifas contra países asiáticos abre uma oportunidade para que o Brasil avance em negociações com mercados da região — como Japão, Coreia e sudeste asiático —, que podem estar buscando novos fornecedores em setores como alimentos, metais e energia. Há uma janela de oportunidade para que o país diversifique sua base de exportação e reduza sua vulnerabilidade externa, ampliando suas relações com economias asiáticas que demonstram interesse em novos acordos comerciais”, ressaltou.

Entretanto, Velloni afirma que nem tudo poderá ser negociado. “Vai ter uma negociação entre esses países, mas a grande demanda ainda vem do mercado norte-americano. Se você falar que 100% do que você tem hoje de produção pode ser canalizado para outros mercados emergentes, é algo não tão real. Mas isso ainda deve esperar um pouco mais para entender como vai ser a situação dos Estados Unidos”, alertou.

Cenário desafiador

Brito acredita ainda que, mesmo com impacto negativo, o Brasil tem chances de aumentar sua participação no mercado global. “Com planejamento, diplomacia econômica ativa e incentivo à competitividade interna, o país pode transformar a crise em uma oportunidade para fortalecer sua presença global. Esse avanço depende de ações coordenadas entre governo e setor produtivo, com foco em inovação, qualidade, e acordos comerciais que ofereçam segurança jurídica e previsibilidade”, pontuou.

Quanto a Velloni, o economista lembra que as tarifas podem ter um impacto direto na economia dos Estados Unidos e no preço das commodities. “A tendência é gerar uma crise um pouco mais elevada nos EUA e começar um panorama de retração econômica nos Estados Unidos. Isso deve influenciar diretamente no preço das commodities e petróleo, até porque se tem uma expectativa de exportação menor da China”, analisou.

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