Na 1ª noite, brasilienses têm dificuldade em cumprir toque de recolher

Quem trabalha à noite acha complicado cumprir horário estabelecido pelo GDF para deixar as ruas: multa por descumprimento é de R$ 2 mil

 

Os Brasilienses continuaram circulando pela capital do país na primeira noite do toque de recolher decretado pelo Governo do Distrito Federal (GDF).  Fomos às ruas do DF para acompanhar o cumprimento da medida, que entrou em vigor às 22h e visa reduzir o número de infecções por Covid-19.

Na Rodoviária do Plano Piloto (foto em destaque), mesmo uma hora depois do prazo estipulado para a restrição de circulação, muitos trabalhadores ainda esperavam o transporte para chegar em casa. Entre eles, Everson Sousa, 23 anos, que trabalha em um supermercado da Asa Norte.

O jovem estava esperando a namorada no metrô quando foi abordado por policiais militares. “Eles [os policiais] falaram comigo que eu tinha que ir, mas quando disse que estava esperando alguém para ir pra casa, só orientaram sobre o decreto”, contou. Durante a vigência do toque de recolher, será admitido o deslocamento individual após as 22h, desde que configurada a intenção de retorno à residência e seja realizado logo após o término de jornada de trabalho regular.

Para Everson, as medidas restritivas prejudicaram os trabalhadores. “Sei que em algumas partes as medidas são necessárias, mas elas também prejudicam quem tem emprego”, concluiu.

No mesmo sentido, os vendedores de balinha Jefferson Luís, 26 anos, e Luís Fernando Silva, 23, terão dificuldade em cumprir o toque de recolher. “Hoje demos sorte e vendemos tudo antes das 21h, mas tem dia que precisamos vender no Corujão [ônibus que circula na madrugada]”, explica Jefferson Luís. Os dois moram em Valparaíso (GO).

Só por volta das 23h as ruas começaram a ficar, de fato, vazias.

Mesmo os motoristas continuavam nas vias logo depois das 22h. Na Esplanada dos Ministérios e na Ponte JK, o movimento no horário limite era semelhante ao de dias de semana comuns. No Eixão Norte, contudo, o fluxo de veículos estava bastante reduzido já às 22h.

Não só pedestres foram advertidos por policiais militares sobre a necessidade de se cumprir o toque de recolher em todo o DF. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) montou blitz na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e na Estrutural para orientar os motoristas brasilienses.

“A PM começou a abordar condutores nas vias de maior fluxo de veículos, de forma educativa, orientando para que as pessoas fiquem em casa para evitar a transmissão da Covid-19”, explicou a capitã Debora Fayad, comandante da operação.

De acordo com a nova regra, quem desrespeitar o toque de recolher pode ser conduzido à delegacia e multado em até R$ 2 mil.

“Não deveríamos chegar a este ponto”

Conforme noticiado, após decretar o toque de recolher, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que “não deveríamos chegar a este ponto, mas é a única forma de combater o avanço da doença entre nós, principalmente evitando aglomerações”. As declarações foram publicadas no Twitter do chefe do Executivo distrital, na tarde desta segunda-feira (8/3).

Mais cedo, Ibaneis proibiu a circulação de pessoas das 22h às 5h, até o dia 22 de março. A exceção é para quem precisa de atendimento de saúde emergencial ou para aqueles que necessitem comprar medicamentos em farmácias. Serviços de delivery podem funcionar até as 23h, mas os pedidos só podem ser aceitos até 22h.

“Todos os estabelecimentos deverão fechar as portas às 22h, com exceção de hospitais, clínicas médicas e veterinárias, farmácias, postos de gasolina e funerárias. Esse é um ato que visa proteger a saúde pública contra perigo grave e iminente. Conto com a colaboração de todos”, pontuou Ibaneis.

O governador anunciou que vai instalar, nesta semana, mais 50 unidades de terapia intensiva (UTIs) para tratamento contra a Covid-19: “Mas a situação ainda é crítica. Por isso, decretei toque de recolher que passa a valer a partir das 22h de hoje. Todos devem permanecer em suas casas das 22h às 5h em todo o território do DF”.

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