Tratamento das joanetes avança com cirurgia pouco invasiva

Tratamento das joanetes avança com cirurgia pouco invasiva
Tratamento das joanetes avança com cirurgia pouco invasiva

Informações divulgadas pela Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) apontam que a deformidade hálux valgo, mais conhecida como joanete, afeta cerca de 30% da população brasileira. A condição, que pode propiciar a degeneração da articulação do primeiro dedo do pé, tem recebido atenção crescente da ortopedia moderna.

Caracterizada pelo desvio do dedão em direção aos demais dedos e pela formação de uma saliência óssea na parte interna do pé, a patologia costuma aparecer por volta dos vinte anos de idade e é comumente registrada em mulheres, associada ao uso de calçados de bico fino e de salto alto, podendo provocar deformidades e dor na região.

Embora existam medidas conservadoras para aliviar os sintomas, em muitos casos a cirurgia se torna necessária, e é nesse cenário que as técnicas minimamente invasivas têm ganhado espaço.

Segundo o cirurgião ortopedista Profº Gabriel Ferraz Ferreira, especialista em cirurgia do pé e tornozelo, as joanetes podem ser diagnosticadas a partir de exames de imagem, que permitem medir os ângulos da deformidade e indicar o melhor tratamento. "A joanete é uma deformidade na qual o dedão do pé entorta para dentro e cria uma saliência. Os estudos descrevem e medem isso por ângulos a partir de uma simples radiografia", explica.

Ele argumenta que, embora a condição provoque desconforto, a indicação cirúrgica nem sempre é imediata. Segundo o médico, o tratamento conservador é sempre a primeira linha de abordagem, especialmente nos estágios iniciais da deformidade. "Antes de operar, os trabalhos citam medidas conservadoras como ajustar o calçado, fazer fisioterapia e seguir orientações específicas, porém esse tratamento irá apenas melhorar a dor, mas não corrigir a deformidade. Somente o procedimento cirúrgico pode restaurar o alinhamento do dedo. As dedeiras e órteses ajudam a evitar o atrito mas não resolvem o problema da deformidade", destaca.

De acordo com o especialista, a cirurgia só passa a ser uma solução considerada quando os sintomas se mantêm mesmo após essas tentativas. "A cirurgia entra em cena apenas se as medidas conservadoras falharam e a joanete seguir dando sintomas. Já a escolha do método utilizado leva em conta a gravidade da condição apresentada no raio-X e deformidades dos dedos menores associadas a calosidades dolorosas", comenta.

Conforme relata o cirurgião, a técnica minimamente invasiva para correção das joanetes se diferencia da cirurgia tradicional por exigir incisões menores e menor manipulação dos tecidos. "Fazemos cortes bem pequenos, como furinhos na pele, e usamos uma ‘broca’ especial para realizar a osteotomia, ou seja, restaurando o alinhamento e estrutura biomecânica do pé, fixando-o com parafusos, tudo isso orientado por imagens de radioscopia intraoperatória."

"Já na cirurgia aberta, a incisão é maior e há mais descolamento de tecido. Com o uso da técnica minimamente invasiva as cicatrizes também costumam ser menores", acrescenta o ortopedista.

O médico ressalta que pacientes operados com a técnica minimamente invasiva costumam relatar menos dor e menor risco de complicações relacionadas à cicatrização. "Logo após a operação, observa-se menos problemas de ferida, já que a cicatriz é muito menor do que a tradicional. Em muitos protocolos, é possível que a paciente apoie o pé desde o início com o uso de um calçado ortopédico de sola reta, o que ajuda a retomar as atividades mais cedo", afirma.

Dr. Gabriel Ferraz reforça que a evolução das técnicas cirúrgicas na ortopedia tem permitido intervenções mais precisas, com menor agressão aos tecidos e recuperação mais rápida. "No caso das joanetes, isso representa uma alternativa eficaz para pacientes que não obtiveram alívio com medidas conservadoras e que buscam retomar suas atividades com mais conforto e funcionalidade", conclui.

Para saber mais, basta acessar: https://joanetes.com.br

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