Especialista destaca uso de bebês reborn como ferramentas indispensáveis em aula

Especialista destaca uso de bebês reborn como ferramentas indispensáveis em aula
Especialista destaca uso de bebês reborn como ferramentas indispensáveis em aula

O uso de bebês reborn em contextos educativos e terapêuticos tem se revelado uma tendência crescente no Brasil e no exterior. Segundo reportagem recente da revista americana People, o interesse por esses bonecos hiper‑realistas aumentou significativamente, chegando a valores de até US$ 5.000 por unidade e com vendas médias de 60 unidades por dia em sites especializados. Esse fenômeno confirma a adoção dos reborns não apenas como colecionáveis, mas também como recursos emocionais e pedagógicos.

O toque terapêutico

Conforme explica Emilie St-Hilaire na sua tese Facets of the Reborn Doll Phenomenon: Non-reproductive Motherhood, Synthetic Relationships, Performance, Community, and Self-care, mais do que meros artigos de coleção, os bebês reborn desvendam um universo de benefícios práticos e emocionais, eles tem efeito terapêutico para pacientes com demência, Alzheimer, ansiedade e depressão.

Entre seus benefícios, a autora aponta que “passar tempo com um companheiro, mesmo sintético, pode reduzir sentimentos de solidão por meio do toque e da simples presença de uma figura humana”. 

Para além disso, St-Hilaire expõe que as comunidades criadas ao redor de bebês reborn proporciona aceitação e validação para os indivíduos envolvidos.

Desmistificando o preconceito: o verdadeiro problema não está nos bebês reborn

A popularização dos bebês reborn tem gerado debates públicos e reações diversas. Em um caso noticiado recentemente, um adulto agrediu uma criança após supostamente confundi-la com uma boneca reborn. Especialistas em comportamento humano e psicologia apontam que situações como essa podem estar relacionadas a dificuldades cognitivas específicas, como a distinção entre objetos reais e simulados, embora tais ocorrências sejam consideradas raras. A psicóloga Ana Cristina Rodrigues de Vasconcellos destaca que, em casos extremos, pode haver confusão entre fantasia e realidade, exigindo acompanhamento psicológico e psiquiátrico

Culpabilizar e estigmatizar aqueles que encontram valor e conforto nos bebês reborn é desviar o foco do verdadeiro problema. O preconceito, muitas vezes alimentado por narrativas sensacionalistas e julgamentos superficiais, obscurece a importância e os múltiplos benefícios que essas ferramentas podem oferecer. É um reflexo de uma sociedade que, por vezes, tem dificuldade em lidar com o diferente, com aquilo que desafia as convenções.

É crucial olhar para além da aparência e reconhecer o propósito e o impacto positivo que os bebês reborn têm na vida de muitas pessoas, seja no enfrentamento do luto, na preparação para a parentalidade ou no simples ato de oferecer carinho e companhia. O problema não está no boneco, mas na forma como a sociedade o percebe e julga aqueles que o acolhem.

A revolução na educação parental: o olhar de uma especialista

No meu trabalho os bebês reborn não são apenas ferramentas; são catalisadores de uma revolução na forma como a preparação parental é conduzida. Em minhas mãos, os bebês reborns transformam aulas e consultorias que ofereço em experiências imersivas e práticas, algo que nenhum material didático ou teórico seria capaz de replicar com a mesma eficácia. 

Durante as sessões, futuros pais e mães têm a oportunidade de aprender e praticar cuidados com recém-nascidos, em um ambiente seguro e acolhedor. Essa prática “hands-on” é um divisor de águas. Ela não apenas alivia a ansiedade natural que acompanha a expectativa da chegada de um bebê, mas, acima de tudo, capacita os futuros pais com as habilidades e a confiança indispensáveis para cuidar de seus próprios filhos. A realidade tátil e visual que os reborns proporcionam torna o aprendizado não só mais eficaz, mas profundamente memorável, preparando-os de forma abrangente para os desafios e, principalmente, para as imensas alegrias da parentalidade.

Bebês reborn são ferramentas de valor com funções emocionais e práticas

A discussão em torno dos bebês reborn não deveria se centrar em um simplista “bom” ou “ruim”, mas sim em uma reflexão mais profunda sobre a origem do preconceito e da incompreensão. O problema não reside na existência ou no uso desses bonecos, mas naqueles que se recusam a enxergar seu valor e suas múltiplas funções, tanto no âmbito emocional quanto no prático.

É fundamental reiterar que a capacidade de distinguir um bebê real de um bebê reborn é uma habilidade esperada de qualquer adulto com bom senso e um mínimo de contato com a realidade. Incidentes isolados de confusão não são um atestado da falha inerente aos bebês reborn, mas sim um triste reflexo de uma falha individual de discernimento. 

É tempo de desmistificar o preconceito, de olhar para além da superfície e reconhecer o potencial transformador que essa ferramenta poderosa tem para a educação, a terapia e o desenvolvimento de habilidades. Ao invés de estigmatizar, devemos abraçar o valor que eles oferecem, compreendendo que, em suas formas delicadas, os bebês reborn são pontes para a compreensão, a empatia e a preparação para a vida.

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