Candidato revela perfil ao falar de defeitos e qualidades

Candidato revela perfil ao falar de defeitos e qualidades
Candidato revela perfil ao falar de defeitos e qualidades

Durante uma entrevista de emprego, é comum que o recrutador pergunte ao candidato quais são seus defeitos e qualidades. Embora pareça uma pergunta simples, a resposta pode revelar aspectos fundamentais do perfil profissional e influenciar a percepção do avaliador. 

Segundo Polyana Macedo, Gerente Executiva de RPO no ManpowerGroup Brasil, muitos candidatos ainda não compreendem o impacto dessa etapa no processo seletivo. Ela afirma que a pergunta sobre qualidades e defeitos é usada estrategicamente para entender como a pessoa enxerga suas próprias características. “Essa pergunta ajuda a identificar o nível de autoconhecimento, a maturidade emocional e como o candidato lida com suas limitações”, explica. 

Polyana destaca que não existe uma lista correta de respostas, mas sim a importância da autenticidade e da coerência. Ela observa que candidatos que recorrem a frases prontas ou genéricas podem passar a impressão de falta de preparo. “O recrutador consegue perceber quando a resposta não é genuína. A falta de conexão entre o discurso e a vivência profissional pode comprometer a credibilidade do candidato”, alerta. 

Ao falar sobre qualidades, a recomendação da especialista é priorizar aquelas que estejam alinhadas à função desejada e à cultura da empresa. Características como organização, proatividade e facilidade para trabalhar em equipe são frequentemente mencionadas, mas devem ser acompanhadas de exemplos práticos. “Não basta dizer que é proativo. É importante demonstrar, com situações reais, como essa característica se manifesta no dia a dia”, orienta. 

No caso dos defeitos, Polyana explica que a maioria dos candidatos tende a responder defensivamente ou a transformar virtudes em limitações, como dizer que “é perfeccionista demais” ou “trabalha demais”. Ela afirma que esse tipo de resposta é bastante conhecido pelos recrutadores e, geralmente, soa como uma tentativa de mascarar a pergunta. “O ideal é que o candidato assuma uma característica real, que ainda esteja em desenvolvimento, e mostre como está lidando com ela”, afirma. 

A especialista também destaca que o contexto é um fator relevante na avaliação. Segundo ela, uma mesma característica pode ser positiva ou negativa dependendo da vaga. “Um perfil muito analítico pode ser valorizado em uma área técnica, mas talvez tenha dificuldades em um ambiente de decisões rápidas. Por isso, é essencial entender o perfil da função antes da entrevista”, observa. 

Para se preparar, a gerente recomenda que os candidatos façam uma análise sincera de suas experiências anteriores, reflitam sobre suas competências e estudem o perfil da vaga e da empresa. “Esse preparo evita improvisos e ajuda o candidato a construir uma narrativa consistente sobre si”, diz. 

A forma de comunicar também importa. Segundo a especialista, o tom de voz, a postura e a linguagem corporal devem estar alinhadas com o conteúdo da fala. “Se o discurso não condiz com a atitude, o recrutador pode ficar em dúvida sobre a autenticidade da resposta”, explica. 

Para quem está iniciando a carreira ou tem pouca experiência profissional, Polyana sugere utilizar exemplos de projetos acadêmicos, trabalhos voluntários ou outras situações que evidenciem traços comportamentais. Já para profissionais mais experientes, ela recomenda revisar e atualizar as respostas, considerando a evolução na trajetória profissional. 

Com a valorização crescente das habilidades comportamentais, saber responder com clareza e sinceridade a essa pergunta pode representar um diferencial. “As empresas buscam profissionais com autoconhecimento, que estejam dispostos a evoluir e tenham consciência dos próprios pontos fortes e fracos. Reconhecer um defeito e demonstrar esforço para superá-lo é visto como sinal de maturidade”, destaca Polyana. 

Ela reforça que a preparação para entrevistas deve ser encarada como um exercício de reflexão e não como um ensaio decorado. “A autenticidade é sempre o melhor caminho. Quando o candidato entende quem ele é, fica mais fácil transmitir isso na entrevista”, conclui. 

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