Documentário registra Folia de Nossa Senhora Santana em Cavalcante

Documentário registra Folia de Nossa Senhora Santana em Cavalcante
Documentário registra Folia de Nossa Senhora Santana em Cavalcante

Uma das manifestações culturais mais representativas da cultura Kalunga, a Folia de Nossa Senhora Santana, está sendo documentada por meio do curta-metragem Vozes da Tradição Kalunga: A Folia de N. Sra. Santana. A produção encontra-se atualmente em fase de pós-produção, com pré-lançamento previsto para o mês de setembro. As gravações ocorreram em julho, durante o giro da folia pelas casas da comunidade quilombola na cidade de Cavalcante, região nordeste de Goiás.

Com aproximadamente 20 minutos de duração, o curta busca registrar uma manifestação ancestral que combina canto, dança, fé e resistência. A direção e o roteiro são de Marta Kalunga, líder comunitária, artesã, cineasta e fundadora da Casa Memória da Mulher Kalunga. O filme é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura.

“A Folia de N. Sra. Santana é mais do que uma tradição religiosa. Ela é um elo profundo com a nossa ancestralidade e um símbolo da nossa resistência enquanto povo quilombola. Registrar esse saber é uma forma de preservar nossa memória e manter viva a cultura que nos forma, sobretudo diante das ameaças da modernização, da perda de interesse dos jovens e das dificuldades econômicas que enfrentamos”, afirma Marta Kalunga.

Com locações reais, a filmagem acompanha o movimento da Folia que gira pelas residências que a recebem durante seis dias. O filme foi captado em resolução 4K e combina compromisso cultural com apuro estético. A direção de fotografia está a cargo de Caio Mesquita, que destaca o cuidado visual com a obra. “Buscamos retratar a celebração de forma autêntica e emocionante. A câmera se move com os foliões, acompanha os passos, as orações, os toques da caixa e as cores dos adereços. O público vai experimentar uma jornada visual marcada pela fé e pela beleza dos rituais. É uma obra que dialoga com o patrimônio imaterial brasileiro”, pontua.

A operação de filmagem mobilizou uma equipe multidisciplinar e a participação direta da comunidade Kalunga. De acordo com o produtor executivo, Inã Zoé, a experiência foi marcada por forte envolvimento emocional e técnico. “Foram dias de imersão e escuta, acompanhando de perto cada momento da folia. O comprometimento da equipe e o acolhimento da comunidade tornaram possível registrar imagens que emocionam. Agora entramos na etapa de finalização do filme, com a expectativa de realizar o pré-lançamento em setembro, dando início às exibições públicas e rodas de conversa neste segundo semestre”, destaca.

Além do documentário, o projeto contempla uma exposição fotográfica com registros dos bastidores e momentos marcantes da Folia, além de uma sessão especial com debate na Casa Memória da Mulher Kalunga, atividades que buscam fortalecer o protagonismo cultural da comunidade e fomentar o uso do audiovisual como instrumento de valorização da memória e da identidade Kalunga.

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