Plano Nacional de Fertilizantes do Brasil não consegue combater o uso excessivo de fertilizantes sintéticos e seus impactos no clima, na natureza e na saúde

Uma nova pesquisa do Planet Tracker revelou que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) do Brasil visa diminuir a dependência das importações de fertilizantes sintéticos, que atualmente representam 86% do uso nacional de fertilizantes. No entanto, ele carece de objetivos claros para reduzir o uso excessivo de fertilizantes sintéticos e os riscos associados ao clima,ànatureza eàsaúde.

O relatório Brazil’s fertiliser risks: identifying innovation and investment opportunities (Riscos dos fertilizantes no Brasil: identificando oportunidades de inovação e investimento) concluiu que o uso de fertilizantes sintéticos emite entre 79 Mt de CO2e e 83 Mt de CO2e a cada ano, o equivalente a 7% das emissões nacionais em 2021. Quase metade (47%) dessas emissões de gases de efeito estufa (GEE) provém da produção de fertilizantes importados.

A poluição da água e as emissões de GEE associadas ao uso excessivo de fertilizantes sintéticos afetam negativamente o capital natural do Brasil, do qual depende o setor agrícola do país. Isso representa um risco para as instituições financeiras que investem na economia brasileira e no setor de agronegócios. Com base nas conclusões de seu relatório anterior Food Giants & Fertiliser Risk (Gigantes do setor de alimentos e o risco dos fertilizantes), o Planet Tracker destaca oportunidades significativas para os investidores apoiarem uma transiçãoàagricultura regenerativa e outras medidas para reduzir o uso de fertilizantes sintéticos no Brasil.

A análise estima que as emissões relacionadas a fertilizantes sintéticos poderão aumentar em 89% até 2050, em comparação com 2021, se a produção doméstica de fertilizantes aumentar de acordo com o PNF. O aumento da produção doméstica de fertilizantes sintéticos significa que o Brasil teria que relatar as emissões de GEE associadas, que atualmente estão isentas quando o fertilizante é produzido no exterior. Isso tornaria mais difícil para o Brasil atingir suas ambições net zero, resultando no aumento da poluição relacionada aos fertilizantes, prejudicando a saúde humana, os ecossistemas e a economia do país.

Uma visão alternativa para o setor agrícola do Brasil

O Planet Tracker concluiu que as emissões de GEE vinculadas a fertilizantes sintéticos no Brasil poderiam ser reduzidas em até 86% em 2050 se a demanda por fertilizantes sintéticos diminuísse em 60% em 2050 em comparação com 2021.

As técnicas de agricultura regenerativa são uma forma fundamental de reduzir a demanda por fertilizantes sintéticos, reduzindo as emissões de GEE em 46 Mt CO2e até 2050, por meio do uso de fertilizantes orgânicos, cultivo consorciado e rotação de culturas com plantas fixadoras de nitrogênio e outras técnicas para melhorar a saúde do solo. Os bioinoculantes (bactérias fixadoras de nitrogênio aplicadas às sementes dos cultivos) são outra medida significativa de redução da demanda de fertilizantes, economizando 13 Mt de CO2e se aplicados em escala. A redução do uso de fertilizantes sintéticos não só diminuiria a poluição da água e do ar relacionada aos fertilizantes, mas também reduziria significativamente os custos de insumos para os agricultores.

Como as instituições financeiras podem influenciar na mudança

  • Os investidores em títulos soberanos devem:
    • Comprometer-se com o governo brasileiro e os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente para apresentar uma Estratégia Nacional de Biodiversidade e um Plano de Ação atualizados, alinhados com a Estrutura Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, antes do final de junho de 2025, que é
    • Comprometer-se com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para atualizar o PNF e incluir uma meta de redução do uso de fertilizantes sintéticos em 20% até 2030 e em pelo menos 70% até 2050.
  • As instituições financeiras devem:
    • Comprometer-se com os produtores brasileiros de alimentos e seus clientes internacionais para incluir as emissões de fertilizantes de Escopo 1 e 3 em suas divulgações de emissões de GEE e planos e metas net zero até 2026.
    • Comprometer-se a canalizar 20% do financiamento direto e indireto da produção agrícola para apoiar práticas de agricultura regenerativa até 2030.

Emma Amadi, analista sênior de Pesquisa do Planet Tracker, comentou:

“O uso excessivo de fertilizantes sintéticos no Brasil representa riscos significativos para a natureza e o clima no setor agrícola do país e na economia em geral. Este relatório pede que as instituições financeiras apoiem a transição para um sistema agrícola mais sustentável e regenerativo a fim de reduzir o uso de fertilizantes sintéticos e melhorar a saúde dos ecossistemas e dos cidadãos do país.”

Sobre o Planet Tracker

O Planet Tracker é um premiado think tank financeiro sem fins lucrativos que alinha o mercado de capitais com os limites planetários. Criado com a visão de um sistema financeiro totalmente alinhado com uma economia net zero, resiliente, positiva para a natureza e justa bem antes de 2050, o Planet Tracker gera análises inovadoras que revelam o papel do mercado de capitais na degradação de nosso ecossistema e mostram as oportunidades de transição para uma economia sem emissões de carbono e positiva para a natureza.

O texto no idioma original deste anúncio é a versão oficial autorizada. As traduções são fornecidas apenas como uma facilidade e devem se referir ao texto no idioma original, que é a única versão do texto que tem efeito legal.

Contato:

Bee O’Hara, ESG Communications | Tel.: + 44 (0)7580 743 364| planettracker@esgcomms.com

Fonte: BUSINESS WIRE

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