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Felipe Cuoco expõe “O Chamado do Pantanal” em São Paulo

Felipe Cuoco expõe "O Chamado do Pantanal" em São Paulo

Felipe Cuoco expõe "O Chamado do Pantanal" em São Paulo

A exposição fotográfica “O Chamado do Pantanal: um alerta visual sobre a preservação da natureza brasileira“, reúne imagens do fotógrafo de Fine Art, Felipe Cuoco. A mostra está em exposição na The Coast Gallery, situada na Rua Alcides Lourenço da Rocha, 87, em São Paulo (SP).

A série nasceu de uma intensa expedição de Cuoco pelo Pantanal Norte, que durou seis dias, em agosto de 2024. O fotógrafo de natureza e vida selvagem registrou a rica biodiversidade pantaneira em um dos períodos mais críticos das queimadas que atingiram o bioma.

Felipe Cuoco afirma que o Pantanal está ameaçado e as imagens capturadas durante a expedição ao bioma refletem a urgência da preservação. “Por segurança, não nos aproximamos diretamente das áreas mais afetadas, mas estávamos próximos o suficiente para sentir o cheiro da fumaça, ver as cinzas no ar e perceber o impacto da destruição no ambiente ao nosso redor”.

De acordo com Cuoco, “O Chamado do Pantanal” é o primeiro passo de um projeto de vida, que busca conectar arte, natureza e consciência ambiental. “Mais do que uma exposição, a série marca o início de uma grande jornada. Ainda há muito por vir, novas expedições, registros, parcerias e ações que irão ampliar esse chamado para o Brasil e para o mundo”.

Para o fotógrafo, a mostra nasceu da necessidade urgente de revelar ao mundo a importância da preservação, não apenas do bioma pantaneiro, mas de todos os ecossistemas. “Vivemos tempos em que a destruição ambiental avança velozmente, e se não formos agentes de preservação agora, vamos comprometer o futuro do nosso planeta. Essa série é um convite à contemplação e à consciência”.

A exposição busca tocar o público apresentando a exuberância do Pantanal. Para ele, a mostra pretende gerar uma profunda conexão emocional que impulsione a reflexão sobre a necessidade de proteger este bioma sob ameaça, ao despertar o encantamento.

“Contemplar essas obras de perto, impressas em Fine Art com riqueza de detalhes, faz com que o visitante sinta a força, a poesia e a fragilidade do Pantanal. É uma experiência que sensibiliza e ressignifica o olhar sobre o Brasil profundo e natural que poucos conhecem”, afirma o fotógrafo.

O bioma Pantanal e as iniciativas de conservação

Apesar de ser o bioma mais preservado do Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Pantanal enfrenta desafios significativos. A expansão agropecuária na região, especialmente nas áreas de planalto adjacentes, exerce forte pressão sobre o bioma. Apenas uma pequena parcela, cerca de 4,68%, está protegida por unidades de conservação.

De acordo com a organização não governamental (ONG) SOS Pantanal, atuante na defesa e promoção da conservação do Pantanal, as quatro principais ameaças ao bioma incluem os efeitos cada vez mais severos das secas prolongadas — intensificadas pelas mudanças climáticas — que potencializam os riscos de incêndio, seguidas pelas queimadas, o desmatamento e a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que podem causar fragmentação de rios e alteração do fluxo hídrico natural.

Localizado no coração da América do Sul, o Pantanal se estende pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Brasil, além de porções da Bolívia e do Paraguai, configurando-se como a maior planície alagável do mundo, com uma área que abrange aproximadamente 250 mil quilômetros quadrados.

De acordo com o Fundo Mundial Para a Natureza (WWF-Brasil), sua vasta extensão abriga uma imensa biodiversidade, desempenhando um papel crucial na regulação do clima e no equilíbrio ecológico do continente.

Cuoco afirma que a exposição se propõe a dialogar com iniciativas de conscientização, educação ambiental e apoio a projetos locais de conservação da fauna e da flora pantaneiras. “Usar a fotografia como ponte entre arte e ativismo, ajudando a amplificar vozes e causas que atuam na linha de frente, também é parte do trabalho”.

“Apesar da beleza exuberante, percebo que o Pantanal não é mais o mesmo. Queimadas, estiagens cada vez mais longas e a degradação ambiental se espalham como uma sombra silenciosa e cruel. Essa mudança drástica me fez refletir por quanto tempo mais teremos esse tesouro intacto”, pontua o fotógrafo de natureza e vida selvagem.

Para o idealizador da série, “O Chamado do Pantanal” busca estabelecer um diálogo com iniciativas de conservação e atuar como um elo entre a expressão artística e o ativismo ambiental. O projeto também é aberto a possibilidades de parcerias com instituições comprometidas com o meio ambiente, para criar conexões reais entre arte, impacto e ação.

O trabalho de Cuoco foi reconhecido internacionalmente, com premiações como o New York Photography Awards e o MUSE Awards, e com menção honrosa no Monochrome Awards. Para o artista, o destaque reforça o poder da imagem como ferramenta de transformação e inspiração para a ação em prol do meio ambiente.

“‘O Chamado do Pantanal’ é um grito da natureza que eu tive o privilégio de registrar com minha câmera. Entendi que fotografar o Pantanal é um ato de amor e resistência. Que esse chamado chegue longe e que cada um, à sua maneira, responda com atitude”, declara Cuoco.

Para saber mais, basta acessar: https://www.felipecuoco.com.br/

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