O uso de espumas de combate a incêndio entre gestores de segurança industrial e empresarial tem se intensificado na contenção de incêndios com líquidos inflamáveis. A tecnologia, implantada em diversos setores, atua ao formar barreiras que isolam oxigênio e suprimem vapores, enquanto dados recentes apontam sua superioridade técnica e sua importância perante a regulação.
Espumas de combate a incêndio são misturas de concentrado químico, água e ar, destinadas a atuar sobre incêndios de classe B (líquidos inflamáveis). O agente forma uma camada protetora que resfria a superfície, impede a liberação de vapores combustíveis e corta o contato com oxigênio. As classificações variam conforme expansão (baixa, média e alta) e formulação (proteica, sintética, fluorada ou fluor‑free), cada uma adequada a cenários específicos industriais ou logísticos.
De acordo com Júnior Cren, diretor técnico da SiglaFire, empresa especializada em soluções contra incêndio, a aplicação correta da espuma pode fazer a diferença no controle rápido de um sinistro. “As espumas atuam de forma decisiva em situações em que líquidos inflamáveis estão envolvidos. Sem esse recurso, o tempo de resposta pode ser insuficiente para evitar perdas críticas”, afirma o especialista.
Crescimento dos incêndios no Brasil
Monitoramento diário do Instituto Sprinkler Brasil (ISB) identificou 2.222 reportagens de incêndios estruturais em 2023, representando alta de 8,9% em relação a 2022 (2.044 ocorrências). Em 2024, até novembro, o número de ocorrências monitoradas superou 2.000 sinistros, com alta de 10,1% sobre o mesmo período de 2023.
Esses incêndios estruturais ocorreram em galpões, hospitais, hotéis, escolas e depósitos, ambientes que poderiam ter sido protegidos por sistemas adequados como as espumas ou sprinklers instalados conforme normas técnicas — o uso do sistema reduz a possível extensão dos sinistros e danos operacionais.
Brigadas de incêndio devidamente equipadas ainda são minoria
Pesquisa do Ipsos, conduzida a pedido do ISB, revela que apenas 36% das empresas com mais de 250 funcionários contam com sistema de sprinkler, percentual que cai para 14% em todas as unidades operacionais e 22% em unidades parciais.
“Mesmo em empresas que já contam com sistemas de alarme e brigadas internas, a presença da espuma como agente extintor específico para líquidos combustíveis é fundamental para uma resposta técnica eficaz”, destaca Júnior.
Crescimento dos casos de incêndio acende alerta
O crescimento dos incêndios em ambientes empresariais reforça a necessidade de adoção de espumas de combate como parte de protocolos de segurança obrigatórios. Diante da efetividade técnica comprovada por entidades como NFPA e da expansão dos registros de sinistros monitorados pelo Instituto Sprinkler Brasil, equipamentos compatíveis com as normas vigentes devem ser incorporados nas estratégias de mitigação de risco. “A adoção informada e técnica dessas soluções representa um diferencial na governança de segurança corporativa”, diz Júnior.