Homem morre após vazamento de amônia em fábrica de alimentos

Homem morre após vazamento de amônia em fábrica de alimentos
Homem morre após vazamento de amônia em fábrica de alimentos

Um homem de 68 anos morreu e outro ficou ferido após um vazamento de amônia em uma instalação de processamento de alimentos em Massachusetts, nos Estados Unidos. O caso, ocorrido em dezembro, evidenciou os perigos da manipulação de amônia, um gás incolor e tóxico usado em diversas indústrias como agente refrigerante. 

Foi na Home Market Foods, fábrica de carne fresca, congelada e outros produtos alimentícios, que o acidente aconteceu. Os dois homens trabalhavam na climatização, de acordo com a companhia, quando um cano de amônia foi rompido. Além das vítimas, cerca de 150 pessoas foram evacuadas do prédio e, apesar de uma investigação estar em andamento, um promotor antecipou à imprensa local que o vídeo de vigilância foi analisado e não detectou crime, logo, o mais provável, segundo o mesmo, é que a morte tenha sido acidental. 

O estudo Air quality–related health damages of food, publicado em 2021, aponta que 69% das mortes por emissões atmosféricas de trabalhadores agrícolas, nos EUA, foram devidas à amônia. Segundo relatado pela Associated Press, os níveis de amônia estavam perigosamente altos na fábrica norte-americana. 

Óbito é a consequência mais grave entre os danos que a exposição à amônia pode causar, que incluem dificuldades respiratórias, queimadura da mucosa nasal, dor no peito e edema pulmonar, entre outras ocorrências. A exposição a concentrações acima de 2.500 ppm por, aproximadamente, 30 minutos pode ser fatal, de acordo com a norma técnica nº 03/2004, que dispõe sobre a refrigeração industrial por amônia

Para Luciano Lombardi, consultor da Casa das Válvulas, o caso joga luz para a importância da instalação de sistemas de detecção de gases para respostas imediatas em casos de vazamento. Além da utilização de equipamentos de proteção individual, como luvas e máscaras, são necessários, para a segurança coletiva, a aplicação de “detectores de vazamento, sistema de ventilação e exaustão, lavagem de ar e sistema de intertravamento de válvulas automáticas para mitigar a extensão da falha”.

Lombardi também alerta para o investimento em planos de manutenção preventiva e preditiva. Um exemplo seria a substituição de kits de reparos de válvulas que “são dispositivos por onde muitos acidentes iniciam, principalmente em gaxetas (anéis de vedação) e contra vedações”. A higienização de filtros é outro ponto destacado pelo especialista, uma vez que a “limpeza de filtros saturados de sujeiras pode ocasionar um aumento do potencial de risco”. 

Apesar de todos os cuidados necessários, ele afirma que a amônia, como refrigerante, é “um dos mais versáteis e com uma das melhores características termodinâmicas”, sendo ainda “mais simples e barato de ser obtido do que os fluidos sintéticos”. Por ser tóxico, ressalta, sua manipulação requer mão de obra especializada e treinada. 

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