Em 2016, uma pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelou que menos da metade (48%) das empresas brasileiras tinham implementado ao menos uma tecnologia digital. Em abril de 2022, a entidade divulgou os resultados da “Sondagem Especial Indústria 4.0: Cinco Anos Depois”, que investiga a evolução dos empreendimentos do país durante o período.
Segundo a CNI, o percentual de empresas com ao menos uma tecnologia digital avançou para 69%. Dentre as empresas industriais, 26% utilizam de 1 a 3 tecnologias e somente 7% utilizam 10 ou mais.
O número de tecnologias listadas passou de 10, em 2016, para 18 em 2021, incluindo análises de modelos virtuais para projetos, automação, impressão 3D, sistemas integrados para fabricação de produtos e produção com auxílio de inteligência artificial, entre outras.
Outrossim, o estudo demonstrou que o porte do empreendimento tem uma relação direta com o número de tecnologias digitais implementadas: 86% das grandes empresas utilizam pelo menos uma das 18 tecnologias catalogadas. Para as médias, essa taxa é de 64% e, para as pequenas, de 42%.
Para Dijalma dos Santos, CEO da DBios – empresa que atua com back office, outsourcing de TI, serviços de call center e terceirização de profissionais -, os dados deixam claro que a tecnologia tem avançado a passos largos e, cada vez mais, processos manuais têm sido automatizados ou robotizados.
“Apesar disso, a necessidade de humanos, seja para operacionalizar os equipamentos ou propriamente para executar tarefas, acredito que esteja longe de ser banida”, afirma Santos. De fato, a demanda por profissionais nas áreas de software, serviços de TIC e TI In-House no Brasil deve chegar a 797 mil vagas nos próximos três anos, segundo um estudo divulgado em dezembro de 2021 pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais).
Na área de digitalização, prossegue o especialista, hoje as ferramentas existentes não são capazes de capturar todos os dados, seja por materiais amassados, letras borradas ou escritas manuais.
Tecnologia X componente humano
Uma pesquisa do Capterra, realizada em abril de 2022, que investigou a opinião dos brasileiros com relação aos serviços de atendimento ao cliente, levantou que apenas 3% dos participantes relataram que preferem falar com uma voz sintética – seja ela feminina, masculina ou sem preferência por gênero. A maioria dos entrevistados (67%) prefere dialogar com uma voz humana, independentemente de gênero.
Santos ressalta que, quando uma pessoa liga para resolver um problema com a empresa, não espera receber respostas padrões ou ficar tendo que selecionar várias opções até chegar onde precisa. “O interessado quer ir direto ao ponto, principalmente quando existe algo urgente a ser resolvido”.
Com efeito, uma sondagem conduzida pela Hibou em outubro de 2020 revelou que um bom atendimento ao cliente é fundamental para 94% dos brasileiros. A análise também mostra que 96,7% dos participantes se sentem mais satisfeitos com o atendimento quando são ouvidos por um atendente humano.
Para concluir, o CEO da DBios destaca que a tecnologia já faz parte do dia a dia de muitas áreas e, com o passar dos anos, estará cada vez mais presente. “Ainda assim, vale lembrar que mesmo com a ampla adesão à tecnologia, por trás dela sempre teremos humanos, principalmente em áreas em que sejam necessárias emoções ou experiências de vida para atender outras pessoas”, conclui Santos.
Para mais informações, basta acessar: https://dbios.com.br/