Foto: Jeremias Alves
Nesta quinta-feira (4) durante a sessão da CPI que investiga os atos de 8 de janeiro e 12 de dezembro na Câmara Legislativa do Distrito Federal, o deputado distrital Thiago Manzoni (PL) fez perguntas ao empresário Adauto Lúcio Mesquita. Durante a sua fala, Manzoni comentou acerca de uma pergunta feita a Adauto sobre um outdoor com a inscrição “Deus, Pátria e Família” e as cores da bandeira brasileira, perguntando se Adauto havia contribuído para pagar a propaganda.
Manzoni considerou algumas das perguntas feitas a Adauto irrelevantes para o objeto de investigação da CPI. “Essa CPI investiga os eventos que ocorreram em 12 de dezembro e 8 de janeiro. O outdoor não tem nada a ver com isso. A doação não tem nada a ver com isso.”
Manzoni argumentou que a CPI está partindo de uma premissa equivocada e, portanto, chegando a conclusões equivocadas. “A única razão para termos chamado Adauto aqui hoje é porque há uma premissa estabelecida, que estamos acreditando nela. Essa premissa é que as pessoas que estavam na manifestação em frente ao quartel-general foram as causadoras dos eventos do dia 8, e essa premissa é falsa”.
Manzoni relembrou quando a coronel Cintia Queiroz de Castro compareceu à CPI e afirmou que no dia 7 de janeiro havia apenas 300 pessoas no acampamento, das quais 150 estavam em situação de vulnerabilidade social e estavam lá porque havia comida gratuita. “A premissa de que os eventos pacíficos e constitucionais do quartel-general causaram os eventos do dia 8 é falsa. As manifestações em frente aos quartéis-generais não foram a causa dos incidentes do dia 8 e nem eram as mesmas pessoas. A coronel afirmou que entre 5 e 6 mil pessoas desceram para a Esplanada, enquanto apenas 300 estavam no acampamento”.
Manzoni compartilhou sua impressão de que a investigação da Câmara Legislativa do Distrito Federal é superficial em comparação com outros órgãos que também estão investigando, como o Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal. “Certamente, as investigações do Supremo e da Polícia Federal são muito mais aprofundadas, e as informações que obteremos desses órgãos serão muito úteis para o nosso relatório”.
Thiago Manzoni conclui compartilhando a sua esperança, que ao final da CPI e da CPMI, o Brasil continue a ser um país livre, com o seu Estado de Direito preservado. “Que seja preservada a liberdade das pessoas de se manifestar. Inclusive, sobre o processo eleitoral. Não há crime nenhum em que a sociedade, o cidadão brasileiro pleiteie maior transparência no processo eleitoral. O que nós queremos é fortalecer a nossa democracia”, finalizou.