Agora a Confederação do Comércio vai ao STF para TENTAR barrar a regularização das bets

O processo foi distribuído para o ministro Luiz Fux na tarde desta terça

 

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) ingressou nesta terça-feira (24) com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei que regulamenta as apostas esportivas online, as chamadas bets. O processo foi distribuído para o ministro Luiz Fux na tarde desta terça.

A ação tem o objetivo de declarar inconstitucional a Lei n.º 14.790, aprovada em dezembro de 2023 pelo Congresso. Essa legislação foi resultado do esforço do governo Lula (PT) em regulamentar o setor –no ano passado, o governo editou uma medida provisória para a legalização.

A confederação também pede uma medida cautelar para interromper imediatamente a eficácia da lei. O que interromperia o processo de regulamentação.

A ida da confederação ao STF é mais um capítulo da reação do mercado contra as bets. Há queixas de que as apostas têm drenado recursos de outros setores.

Segundo a ação, “ao aumentar a disponibilidade de apostas esportivas no Brasil, vem desencadeando de forma proporcional o endividamento das famílias, levando parte significativa da sociedade a um comportamento financeiro de altíssimo risco, e prejudicando consideravelmente a economia doméstica, o comércio varejista e o desenvolvimento social”.

A oferta de sites de apostas esportivas é liberada no Brasil desde 2018, após lei aprovada no governo Michel Temer (MDB). O governo de Jair Bolsonaro (PL) teve quatro anos para regulamentar o mercado, mas não o fez.

A partir do ano passado, o governo Lula se dedicou à regulamentação, e criou uma estrutura para o tema dentro da Esplanada. A lei questionada pela CNC alterou a legislação de 2018 e avançou com mais detalhes.

Questionado sobre a ação no STF, o ministério da Fazenda não respondeu.

Atualmente, qualquer site de aposta pode atuar no país –desde o ano passado tem havido um prazo de transição. A virada de chave para o mercado legal deve ocorrer em janeiro de 2025, conforme a legislação.

Mas na semana passada, o governo acelerou um dos prazos: só empresas que se cadastraram para atuar de forma legal no sistema do governo, até 20 de agosto, serão consideradas legais para continuar atuando a partir de 1 º de outubro.

As empresas não cadastradas serão consideradas ilegais, e o governo vai atuar para tira-las do ar. Isso ocorreu após reações no Congresso Nacional, inclusive de integrantes do PT.

Para tentar barrar a regulamentação das bets, a CNC também ressalta argumentos sobre impacto na saúde emocional, vício em jogo e acesso dos sites por crianças.

“A Suprema Corte sempre se posicionou no sentido de que o Estado deve garantir a segurança socioeconômica e psicológica das crianças e dos adolescentes”, argumenta.

A legalização atinge os chamados jogos de quota fixa (em que se sabe quanto se pode ganhar ou perder ao apostar). Durante a tramitação na Câmara, os deputados incluíram nessa categoria também jogos online, onde entram cassinos e outros jogos de azar em ambiente virtual.

anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.