Presidente da Anetrams, Luciana Dutra fala sobre “Apagão da Mão de Obra” para os serviços de engenharia consultiva no Brasil

A engenharia, revela se uma missão de singular grandeza, tendo função que transcende a simples aplicação do saber técnico e assume a responsabilidade de forjar o rumo da evolução humana. A engenharia, em sua essência mais profunda, não se limita à mera aplicação de princípios científicos; ela representa a voz da transformação, o canal por meio do qual os anseios da humanidade se concretizam em realizações tangíveis. A sua natureza intrínseca reside em transformar conceitos abstratos em manifestações palpáveis, erguendo-se com imponência como marcos da inventividade e perícia humanas. Por meio de incansáveis empreitadas, a engenharia tece os fios que entrelaçam as tramas sociais e as infraestruturas, traçando trajetos rumo à interconexão, mobilidade e sustentabilidade. Por meio da construção de majestosas pontes unem margens distantes à problemática e extensa malha viária brasileira. Alguns pontos que precisamos destacar:

 

  1. Tendo a engenharia um reflexo imponente da evolução de uma nação, a engenharia exibe o engenho e a imaginação que propulsam a sociedade a novos patamares e assume a função de alicerçar o progresso do Brasil. A relação intrincada entre a engenharia e a evolução social testifica a visão e o comprometimento de uma nação com sua própria excelência. Dessa forma, a engenharia não é apenas um indicador de desenvolvimento; é um espelho brilhante no qual uma nação pode se admirar. Sua qualidade e sofisticação não somente atestam as capacidades técnicas da sociedade, mas também proclamam seu compromisso de construir um futuro promissor e luminoso. A cada estrutura que se ergue e a cada solução engenhosa que é concebida, a engenharia celebra a capacidade humana de criar, inovar e transcender limitações, pavimentando o caminho glorioso da evolução contínua. 
  2. Diante desse pano de fundo, a ponderação séria sobre a questão da engenharia nacional emerge como uma premissa ineludível. A seriedade dedicada à engenharia não é apenas uma reafirmação da soberania intelectual, mas um atestado de comprometimento com a preservação e aprimoramento dos recursos e talentos próprios. No entanto, a intenção séria e comprometida com a engenharia, quando atrelada a restrições excessivas, pode resultar em um dilema prejudicial ao próprio progresso que se almeja. A engenharia é a chama da inovação, e essa chama deve ser alimentada com uma abordagem flexível e um terreno fértil para a criatividade florescer. Restrições que cerceiam esse fator primal podem comprometer o potencial da engenharia em impulsionar o desenvolvimento, sufocando e o limitando lamentavelmente. 
  3. Dessa forma, conclui-se que a sociedade, em conjunto com a administração pública, deve estabelecer uma relação de colaboração e entendimento, garantindo que a engenharia seja uma força imparável que conduz o progresso. A administração pública, ao moldar as diretrizes que regem a engenharia, deve reconhecer a importância da flexibilidade e da limitação somente ao ponto daquilo que é indispensável. A busca pela excelência técnica não deve ser manietada por restrições excessivas, mas sim fomentada por um ambiente propício à criatividade e à adaptabilidade.  
  4. No âmbito dessa mesma temática, a presente entidade, cujos membros frequentemente se deparam com questionamentos recorrentes sobre a imposição de restrições no contexto da engenharia nos editais de licitações promulgados pela administração pública, vem expressar de forma clara e contundente sua profunda preocupação diante das evidentes disparidades existentes no âmbito das diretrizes governamentais, que afetam as orientações que regem um setor de inquestionável relevância para o avanço da nação. 
  5. É prática comum que os editais voltados para serviços de engenharia incluam requisitos de comprovação de habilidades, por meio de atestados de capacidade técnica que demonstre a expertise nessa área, fato esse que reside nisto uma premissa de suprema relevância: a demanda pela imposição de uma qualificação técnica de alta precisão emerge não como um capricho, mas como uma salvaguarda imprescindível para atingir a excelência nas empreitadas. O entendimento que permeia esta ação é de que a excelência não pode ser obtida por meio de caminhos ordinários, mas sim por meio da intrincada teia de conhecimento e competência técnica que um engenheiro qualificado traz consigo. 
  6. Em verdade, é inegável que o sucesso de empreendimentos de engenharia está indissociavelmente atrelado à expertise dos profissionais envolvidos. O conhecimento acumulado ao longo dos anos e a profundidade do entendimento técnico são pilares que sustentam a eficiência e eficácia das obras. De lado a lado a aplicação destes saberes, erros são prevenidos, obstáculos são superados e soluções engenhosas emergem para enfrentar os desafios complexos que a engenharia frequentemente enfrenta. 
  7. A solicitação de uma qualificação técnica rigorosa é inquestionavelmente válida. Ela reflete o comprometimento inabalável com a busca incessante pela excelência e eficiência. Uma vez que esses empreendimentos delineiam o rumo da nação, a competência técnica se erige como o alicerce sobre o qual as grandiosas obras de engenharia são edificadas. 
  8. Não é contra esse aspecto que manifestamos nossa objeção; nossa preocupação reside na imposição de uma restrição adicional. Referimo-nos à exigência que, em alguns casos,  limita a atuação dos engenheiros de forma exclusiva a um único projeto, restringindo assim sua capacidade de contribuição profissional ou exige características que se vinculam a apenas alguns poucos projetos, que por conseguinte os acervos serão de poucos profissionais da área de engenharia. 
  9. No complicado domínio da relação entre a administração pública e a empresas consultiva de engenharia, emerge uma consideração de alta relevância: a imposição da dedicação exclusiva para os profissionais qualificados, embora seja incontestável que a dedicação dos engenheiros é um elemento de vital importância para o sucesso de empreendimentos, se configura em exigência que perpassa a necessidade real de segurança jurídica para uma contratação pública. 
  10. A imposição de dedicação exclusiva, especialmente sobre os profissionais que atingiram o patamar de qualificação técnica elevada exigido, carrega consigo implicações que transcendem as aparências iniciais. Desafios que não podem ser menosprezados, sob risco de graves consequências, 
  11.  É fato que a imposição de dedicação exclusiva a profissionais altamente qualificados cria um ambiente de apagão de mão-de-obra qualificada no momento de novas contratações ou nas situações em que a substituição se faz necessária, entendo que a premissa de assegurar a plena atenção desses engenheiros em projetos de infraestrutura é compreensível e legal, contudo, essa abordagem não está isenta de consequências indesejáveis. 
  12. A demanda por dedicação exclusiva pode não apenas sobrecarregar esses profissionais, potencialmente comprometendo a excelência de seus esforços, mas também culmina em um dilema mais amplo. A restrição de sua participação a um projeto singular, ou a um número limitado de projetos, resulta em um efeito dominó que reverbera em todo o cenário da engenharia criando uma lacuna no mercado de profissionais de expertise elevada. A oferta limitada, unida à exigência de dedicação exclusiva, culmina na escassez de profissionais disponíveis. Esse fenômeno, frequentemente descrito como o “apagão de mão de obra”, não somente retarda projetos e gera atrasos, mas também impacta negativamente o âmago das custas envolvidas, desencadeando um desequilíbrio entre a demanda crescente e os recursos escassos. 
  13. Em uma disciplina onde o conhecimento profundo e a experiência são vitais para o sucesso, essa limitação exacerba a situação, prejudicando não apenas o desenvolvimento de projetos individuais, mas também o progresso coletivo da engenharia nacional. Ao restringir a amplitude de projetos que esses profissionais podem abraçar, a dinâmica natural de intercâmbio de conhecimento, colaboração e inovação sofre um golpe significativo. 
  14. Em vista disso, é imperativo considerar alternativas que atenuem os efeitos dessa dedicação exclusiva. A viabilidade de permitir que engenheiros altamente qualificados possam contribuir em múltiplos projetos simultaneamente deve ser explorada. Essa abordagem não apenas evitaria o esgotamento desses profissionais, mas também promoveria um cenário mais sustentável e dinâmico, onde a expertise de ponta pode ser disseminada de maneira mais ampla e eficaz. 
  15. Diante da complexidade da problemática abordada, algumas sugestões podem ser consideradas para mitigar os desafios associados à imposição de dedicação exclusiva a engenheiros qualificados, é necessário ser visualista de forma a considerar alternativas criativas e inovadoras. 
  16. Colamos algumas sugestões de ideias:  
    1. Flexibilização das restrições de dedicação exclusiva: revisar as políticas que exigem dedicação exclusiva para profissionais qualificados, permitindo que eles possam participar em múltiplos projetos ao mesmo tempo, desde que garantam a qualidade e eficiência em cada empreendimento. 
    2. Modelos de atuação híbrida: explorar a possibilidade de implementar modelos de atuação híbrida, nos quais engenheiros altamente qualificados supervisionem e orientem profissionais menos experientes, permitindo assim uma distribuição equitativa das responsabilidades sem comprometer a excelência. 
    3. Formação e capacitação constantes: investir em programas de formação e capacitação contínuas para profissionais de engenharia, a fim de desenvolver habilidades especializadas e permitir que eles atendam aos requisitos técnicos exigidos em múltiplos projetos simultaneamente, sendo cursos específicos o ponto solicitado nos certames e não apenas atestados de experiencia pregressa. 
    4. Elaboração de estudos quanto aos critérios de qualificação: avaliar a necessidade de ajustar os critérios de qualificação técnica, considerando a escassez de profissionais e a demanda por conhecimentos específicos, a fim de tornar previsível os riscos de apagão técnico no Brasil. 
  17. Em consideração aos desafios discutidos e à busca contínua pela excelência na engenharia, é imperativo ressaltar que a malsinação apresentada por esta associação, a Anetrams, reflete um compromisso inabalável com a segurança e a integridade do setor de engenharia, nossa iniciativa visa salvaguardar os interesses dos nossos associados e, acima de tudo, promover a supremacia do interesse público. Reconhecendo o risco iminente de um apagão de mão de obra qualificada ou a escassez de recursos humanos no cenário da engenharia. 
  18. Destacamos que nossa ação é guiada pela visão de um setor resiliente e eficiente, capaz de contribuir significativamente para o avanço da nação e o bem-estar de todos os cidadãos. Ao trazer à tona essa preocupação, buscamos fomentar uma discussão construtiva e colaborativa que resulte em políticas mais alinhadas às necessidades e desafios da engenharia moderna. Nossa aspiração é contribuir para o fortalecimento do setor, garantindo que ele possa continuar desempenhando seu papel vital na construção de um futuro mais promissor e sustentável para todos. 
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