Ao longo da história, a França se destacava como um celeiro de inventores, cujas criações transcenderam fronteiras e cativaram o mundo. No cenário dos esportes e do entretenimento, não é diferente. Da cinematografia à moda esportiva, seis grandes entusiastas da inovação contribuíram diretamente para a descoberta ou evolução de elementos que transformaram a história e moldaram a cultura global contemporânea.
Blaise Pascal (1623-1662)
Nascido em Clermont-Ferrand, na região administrativa de Auvérnia-Ródano-Alpes, Blaise Pascal foi um matemático, físico e inventor que se tornou famoso por criar a máquina de calcular mecânica, conhecida como a “Máquina de Pascal”. Sua contribuição para o universo do entretenimento veio quando, em busca de produzir um instrumento de movimento perpétuo, acabou dando origem àquele que foi o primeiro modelo de uma roleta.
O objeto então se popularizou na França e logo ganhou espaço nos cassinos de toda a Europa, já entre os séculos 18 e 19, graças aos irmãos franceses François e Louis Blanc. Atualmente, o jogo, bastante popular nas casas de entretenimento do mundo todo e nas plataformas online, possui três variantes principais: a roleta americana, europeia e francesa.
Louis Braille (1809-1852)
Embora não seja diretamente relacionado ao esporte ou ao universo do entretenimento, o francês natural de Coupvray foi quem inventou o sistema de leitura tátil conhecido como braille. Isso permitiu que pessoas cegas participassem plenamente de atividades esportivas e culturais, como a leitura de livros, acessibilidade em eventos e até mesmo a coleção de álbuns de figurinhas especiais.
Filho de um fabricante de arreios e selas, Louis Braille feriu o olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda quando tinha três anos de idade, gerando uma infecção que se alastrou para o olho direito e o deixou completamente cego. Com enorme facilidade de aprendizado, ele então ganhou uma bolsa de estudos no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris e começou a ler com letras em alto-relevo, o que mais tarde o inspiraria a criar o sistema que se tornou universal.
Jacques-Yves Cousteau (1910-1997)
Renomado oceanógrafo, explorador, cineasta e inventor, Jacques-Yves Cousteau nasceu em Saint-André-de-Cubzac, próximo ao litoral do sudoeste da França, e foi amplamente reconhecido por sua paixão pelos oceanos e pela conservação marinha. Sua vida e carreira tiveram um impacto significativo na compreensão dos ecossistemas oceânicos e na conscientização global sobre a importância da preservação ambiental.
Ao unir duas de suas profissões, o francês desenvolveu em parceria com seu conterrâneo Émile Gagnan um equipamento de mergulho autônomo que revolucionou a exploração subaquática e possibilitou a produção de expedições, filmes e documentários no fundo do mar. O “Aqualung” consiste num cilindro de ar comprimido que permite aos mergulhadores respirarem debaixo d’água sem depender de um suprimento contínuo de ar da superfície.
Auguste e Louis Lumière (1862-1954 e 1864-1948, respectivamente)
Naturais da comuna francesa de Besançon, no leste do país, próximo à fronteira com a Suíça, os irmãos Auguste e Louis Lumière foram dois grandes pioneiros na indústria cinematográfica, sendo frequentemente reconhecidos como pais do cinema. Eles inventaram o cinematógrafo, um dispositivo que permitia a filmagem e projeção de filmes.
O objeto original havia sido criado em 1892 pelo também francês Léon Bouly, que perdeu o registro da patente e viu os irmãos Lumière registrarem em seu nome três anos mais tarde. A primeira exibição pública de filmes do “novo invento” ocorreu no Grand Café, em Paris, no final de 1895, marcando o início do cinema como forma de entretenimento, levando cultura e alegria para as pessoas em todo o mundo.
Jules Léotard (1838-1870)
Famoso por suas habilidades de circo, Jules Léotard foi um acrobata e trapezista de Toulouse, quarta maior cidade da França, localizado no sul do país, que se apresentou por toda a Europa e ganhou fama por suas proezas no ar. Mais do que isso, deixou sua marca no mundo ao inventar o “collant”, traje fundamental para a indústria do entretenimento circense e da ginástica artística até os dias de hoje.
A peça de vestuário original era feita de malha simplificada, de modo que atendesse às necessidades de desempenho e segurança no trapézio, permitindo assim maior liberdade de movimento para realizar acrobacias aéreas. Hoje, o equipamento é produzido com alta tecnologia, misturando fios de lycra, algodão, nylon e até poliéster.
