A partir de 2022, Libertadores e Sul-Americana não terão mais regra como critério para definir vantagem de times
O presidente da Conmebol Alejandro Dominguez anunciou recentemente o fim da regra do “gol fora de casa” em suas competições. O critério de desempate que dava vantagem – e a consequente classificação para as fases seguintes dos torneios – para times que faziam um número maior de gols no estádio dos adversários nas partidas da Libertadores e da Sul-Americana não valerá mais a partir de 2022.
A regra era utilizada desde 2005 em confrontos de mata-mata. A partir de 2008, deixou de ser utilizada nas finais. A ideia era evitar a famosa “retranca” dos visitantes, ou seja, incentivá-los a buscar um resultado melhor e chutar mais em direção às redes, além de eliminar a necessidade de pênaltis no fim das partidas. No entanto, o que vinha ocorrendo era justamente o oposto. Os jogos ficavam menos competitivos e saiam menos gols, já que as equipes se apegavam a essa vantagem na hora de montar os esquemas táticos.
Todo ano, surgiam muitas reclamações por parte de clubes e torcedores, devido às eliminações que ocorriam mesmo quando não havia vantagem numérica nos dois placares. Temos dois casos na última Libertadores que afetaram times brasileiros, por exemplo.
Nas quartas-de-final, o Fluminense empatou o jogo de ida contra o Barcelona de Guayaquil, em casa, por 2×2. Porém, como a partida de volta foi 1×1, a equipe equatoriana foi quem se classificou, mesmo que as duas partidas tenham terminado em empate.
Outro confronto no qual ocorreu algo similar foi entre Palmeiras e Atlético Mineiro, nas semifinais do campeonato. Após um empate sem gols, no Allianz Parque, o Palmeiras conseguiu se classificar para a final empatando o jogo fora de casa, em 1×1.
No Twitter, Dominguez afirmou que a exclusão da regra no regulamento busca alcançar uma maior justiça desportiva.
Com a mudança, a Conmebol segue a mesma linha de raciocínio da Uefa, que já havia tomado a mesma decisão para as competições de clubes no continente europeu em junho deste ano. Aqui no Brasil a CBF não utiliza mais a regra desde 2018.
Com a mudança, há a expectativa de melhora não apenas do nível do campeonato, mas da própria preparação dos atletas. Além do benefício psicológico, isso irá contribuir fisicamente para o tratamento adequado de microlesões entre um confronto e outro.