70 anos sem Carmen Miranda Roxy Dinner Show, relembra o legado da artista no espetáculo “Aquele Abraço”

Em 5 de agosto de 1955, o mundo se despedia de Carmen Miranda — cantora, atriz, ícone da moda e eterna “Pequena Notável”. Portuguesa de nascimento e brasileira por escolha e coração, ela conquistou o mundo com sua voz marcante, seu carisma único e seu estilo inesquecível. Brilhou nos palcos, gravou discos, fez história em Hollywood e se consagrou como símbolo da cultura tropical.
Sete décadas depois, o Roxy Dinner Show, relembra com emoção e brilho o legado de uma das maiores artistas que o Brasil já revelou, no espetáculo “Aquele Abraço”. “Ela foi sem dúvida uma das figuras brasileiras que alcançaram mais notoriedade no exterior. Mas antes é preciso ressaltar que, quando foi para os Estados Unidos, ela já era uma estrela gigante em terras brasileiras. Ela surgiu na virada dos anos 20 para os anos 30 do século passado, e vale lembrar que, a essa altura, havia pouquíssimas mulheres de destaque no mercado fonográfico brasileiro, que era dominado pelos homens. Só por esse pioneirismo ela já teria seu nome gravado na história”, declara Leonardo Bruno.
Leonardo Bruno assina a criação do espetáculo “Aquele Abraço” ao lado de Abel Gomes, Priscilla Mota e Rodrigo Negri, sob a direção artística de Abel Gomes. Ele também é responsável pelo roteiro e pela dramaturgia do Roxy Dinner Show, trazendo o mesmo olhar generoso e refinado que já atravessa teatro, cinema, televisão e literatura.
Durante toda a carreira, Carmen alcançou marcas expressivas. Começou a gravar aos 20 anos, cantando samba, e no ano seguinte estourou com “Pra você gostar de mim (Taí)”. Vendeu 35 mil cópias em 1930, quando a marca de mil discos vendidos já era de relativo sucesso. Logo passou a ser considerada a maior cantora do Brasil e se tornou a primeira artista a ter contrato de exclusividade com uma rádio, ganhando salários semelhantes aos dos cantores homens de primeiro escalão.
Na década de 30, nenhuma cantora gravou tanto quanto ela, que foi responsável por jogar luz em compositores como Dorival Caymmi e Assis Valente.
Leonardo Bruno traz algo curioso – “Carmen teve impacto na sociedade machista da época, porque era considerada uma mulher “avançada”, falando palavrões, contando piadas, usando maiô e representando a mulher independente. Me estendo nesse tema porque foquei esse aspecto em meu livro “Canto de Rainhas”, que fala sobre a trajetória das cantoras de samba, e Carmen Miranda foi um marco no começo dessa história”.
A projeção da Pequena Notável no exterior foi fundamental para consolidar o samba como sinônimo de “brasilidade”, exportando para o mundo a batucada como produto de excelência da cultura nacional. Nos anos 30, o Brasil buscava definir essa sua “identidade” (num contexto complexo que envolve o Estado Novo, o segundo movimento modernista e discussões sobre a “miscigenação”), e o samba, como música urbana que rapidamente foi assimilada pelo mercado fonográfico, se tornou a opção mais potente.
O estouro internacional de Carmen nos anos seguintes reforçou essa escolha e emprestou a essa mensagem um alcance internacional. Esse sucesso também ajudou a consolidar no imaginário do exterior dois personagens associados ao samba brasileiro: a baiana (Carmen e seus balangandãs) e o malandro (de certa forma representado pelos integrantes do Bando da Lua).
No espetáculo “Aquele Abraço”, depois da cena de abertura, que faz uma apresentação genérica do Brasil, a primeira personagem a aparecer é Carmen Miranda. Começamos por ela por entender que a partir de Carmen surge um imaginário de Brasil. No exterior, é claro, mas também para nós mesmos. Carmen foi uma figura que fez o povo brasileiro enxergar sua potência e a valorizar um gênero produzido pela nossa mistura, o samba.
“Em cena, lembramos os grandes sucessos de Carmen Miranda, como “Pra você gostar de mim (Taí)” e “O que é que a baiana tem”, com a personagem sendo acompanhada por integrantes que remetem ao Bando da Lua. Mas também fiz questão de incluir marchinhas como “Mamãe eu quero” e “Balancê”, para o público relembrar que estas canções, que fazem sucesso até hoje nos blocos de carnaval Brasil adentro, foram consagradas na voz de Carmen Miranda. Temos ainda uma citação instrumental de “Chica Chica Boom Chic”.
Neste momento, o telão traz referências à icônica cena de Carmen no filme “The Gang’s All Here”, de 1943, com as gigantes bananas em coreografias geométricas.”, afirma Leonardo Bruno.
Quem interpreta Carmen Miranda em “Aquele Abraço” é Daruã Góes, uma talentosíssima atriz e cantora que nos encantou desde que a vimos interpretar a Pequena Notável nas audições do ano passado. A ideia não é mimetizar a cantora, e sim representar a sua presença cênica. E isso Daruã entrega com muita qualidade, com seu carisma, canto afinado e a disponibilidade corporal que era a marca de Carmen.
“A ideia de “Aquele Abraço” é apresentar uma Carmen moderna, de nossos tempos. A personagem se monta à frente do público, com elementos dos personagens praianos que abrem o show. É por isso que a tradicional cabeça tropicalista de Carmen, no nosso espetáculo, surge com uma sandália de praia, um coco, um espetinho de camarão e um picolé, por exemplo.”, aponta Leonardo Bruno.
Roxy Dinner Show
Rua Bolívar, 45 – Copacabana – Rio de Janeiro
Funcionamento de: 4ª a Domingo – das 19h às 22h45
Pacote Copacabana / Pacote Rio de Janeiro / Pacote Aquele Abraço
A partir de R$ 396,00
Capacidade: 626 lugares
Acessibilidade
Classificação Livre
Tickets especiais para crianças até 12 anos
Bilheteria no local: 10h às 18h (2ª e 3ª) / 10h às 21h (4ª a domingo)
Formas de pagamento: Cartões Visa, Mastercard e Amex
Informações: https://roxydinnershow.com.br/
Compra de ingressos: https://roxydinnershow.com.br/venda-ingressos/
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