Os politicos sempre preocupados em suas campanhas eleitorais e uma Pesquisa aponta as insatisfações de idosos com serviços na capital federal

Segundo levantamento do ObservaDF, apesar de estarem satisfeitos por morarem em Brasília, entrevistados reclamam dos serviços oferecidos. Dados indicam caminhos para melhorias que promovam inclusão

A satisfação dos idosos em viver no Distrito Federal, contrasta com as reclamações quanto à qualidade de alguns serviços públicos, como segurança e mobilidade urbana. É o que revela a pesquisa: Percepção dos idosos sobre viver no Distrito Federal, do Observatório de Políticas Públicas do DF (ObservaDF), projeto da Universidade de Brasília (UnB) que avalia a atuação governamental na solução dos desafios mais agudos da capital.

  • Pesquisa idosos Observa DFLucas Pacífico

O resultado do levantamento será apresentado virtualmente, hoje, na plataforma do projeto, por pesquisadores que consolidaram os dados obtidos com mais de 900 idosos de diferentes regiões administrativas.

Os participantes atribuíram valores de 1 a 10 para o grau de satisfação em residir nos locais em que estão fixados em Brasília. A média geral, ficou em 8,2, considerado um bom índice para os estudiosos. Entretanto, quando o assunto é a avaliação de serviços públicos essenciais para o exercício da cidadania dessa parcela da população, o contentamento dos idosos não acompanha essa percepção.

A pesquisa destaca aspectos negativos que servem de alerta para maior empenho do poder público, tais como segurança no entorno da residência; qualidade das calçadas — buracos e irregularidades perigosas —; e facilidade de deslocamento na cidade (confira o infográfico).

Para Ana Maria Nogales, demógrafa e estatística do ObservaDF, envelhecer é uma conquista que deve ser celebrada por toda a sociedade e as cidades devem ser acolhedoras, garantindo qualidade de vida para as pessoas com mais de 60 anos. “A percepção dos idosos sobre viver em Brasília é, em geral, positiva. No entanto, o acesso aos equipamentos e serviços públicos ainda é limitado”, comenta. “Para o DF ser amigo da pessoa idosa, ainda temos um caminho a percorrer”, conclui a especialista.

Contraste de realidades

Morador do Gama, o pintor Renato Nogueira, 77 anos, conhece bem as limitações apontadas pelo estudo. Para ele, a segurança na região onde mora está longe do ideal e as calçadas no entorno do DF, nas palavras dele: não existem. “A gente anda no barro, caindo no buraco ou tendo que passar em meio ao trânsito, porque não temos um local adequado para locomoção”, ressalta.

Situação não muito diferente vista no Paranoá Park pelo mestre de obras Pedro Marques, 65. Ele se preocupa com a segurança do local. “A situação é precária, tem muito assalto para o lado de lá. É difícil de ver algum policial fazendo ronda, por exemplo”, destaca.

Ao contrário dos outros entrevistados pela reportagem, a moradora da Octogonal Silmara Andrade, 67, está no grupo dos que estão muito satisfeitos com a estrutura e a segurança de onde vive, apesar de admitir que tem conhecimento de ocorrências policiais nas proximidades. “É tranquilo. Somente no período de aulas, que alguma criança acaba sendo furtada, vez ou outra”, relata. Em relação à zeladoria e equipamentos públicos, Silmara elogia as passagens de pedestres. “É bem cuidado, tanto pela administração regional quanto pela população”, conclui a aposentada.

Metodologia

Os pesquisadores do ObservaDF ouviram 913 pessoas, acima de 50 anos, recorte usualmente considerado como parâmetro para pesquisas com idosos, segundo a demógrafa Ana Nogales. A amostra dos participantes consultados abrangeu todas as regiões administrativas, com o objetivo de conhecer suas percepções sobre o viver na capital do país, além de saber como é o acesso e a qualidade de serviços públicos voltados a essa população. O trabalho é baseado no Guia 3 — Como fazer um diagnóstico — da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa, do Ministério da Cidadania.

Dignidade

O plano da Cidade Amiga do Idoso, da Organização Mundial da Saúde, preza pela criação de um ambiente comunitário inclusivo e participativo para todas as idades que visa garantir a qualidade de vida e a dignidade da população à medida que envelhece.

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