O clima esquenta com a prisão de Milton Ribeiro e eleva pressão política por abertura de CPI do MEC

Autor do pedido no Senado, Randolfe Rodrigues diz que falta apenas uma assinatura para que a solicitação seja protocolada. Na Câmara, deputados também se mobilizam por uma apuração

A prisão do ex-ministro Milton Ribeiro reacendeu o debate no Congresso em torno da abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar corrupção no Ministério da Educação. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que falta apenas a concordância de mais um parlamentar, dos 27 necessários, para que seja instalado o colegiado.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é um dos signatários do documento. “É preciso investigar a fundo os supostos escândalos no Ministério da Educação, uma das pastas mais importantes do país”, defendeu.

O requerimento já havia alcançado o número necessário de assinaturas mas, em abril, houve desistências de parlamentares, como o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR).

Mesmo que a oposição consiga as assinaturas, integrantes do governo dizem não estar preocupados, pois há outras CPI protocoladas à frente, e por isso, a do MEC deve ir para o final da fila.

Em entrevista coletiva ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também mencionou a existência de outros pedidos de abertura de comissão. “A exigência da CPI é de um fato determinado, que precisa ser narrado, sobre o qual haja mínima justa-causa, mínima prova e indícios em relação a esse fato”, afirmou. “A questão de uma prisão preventiva, que pressupõe algumas coisas, que é indício de autoria, acaba, evidentemente, sendo fato relevante para a consideração da CPI, mas não necessariamente determinante para a instalação”, acrescentou, em referência à detenção de Milton Ribeiro.

Além disso, na avaliação de Pacheco, o fato de este ser ano eleitoral pode impactar a isenção e a dedicação da CPI. “Em momento pré-eleitoral e muito próximo das eleições, isso de fato é algo que prejudica o escopo de uma CPI, que é uma investigação isenta, que deve durar o tempo necessário. Acaba prejudicando, sim, dessa ou de qualquer outra CPI que venha a ser instalada”, argumentou.

Deputados

Na Câmara, também há movimentação por uma investigação. O deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou pedido semelhante ao do Senado. Na Casa, são necessárias 171 assinaturas para a instalação.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a prisão de Ribeiro — de “altíssima confiança” de Bolsonaro — mostra que o governo é corrupto. “Todos nós sabíamos, só que ele escondia. Eu espero que vá para a frente essa CPI, acho ótimo que seja instalada”, ressaltou.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse esperar que Ribeiro seja inocentado. “Muitos que foram presos hoje estão inocentados após conclusão das investigações. Espero que seja esse o caso do reverendo Milton Ribeiro”, frisou.

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