Festival Marco Zero, de dança em espaços públicos, chega ao Conic e Igrejinha

(Cia Mutum. foto: Thiago Sabino)

VI edição de Festival de dança e performance pensado para ocupar espaços públicos se despende com apresentações em locais icônicos da cidade

Marco Zero

 

Um mosaico de manifestações artísticas de diferentes origens

Para esta edição a curadoria selecionou 23 trabalhos artísticos, que vêm sendo apresentados em Ceilândia, Taguatinga e no Plano Piloto desde o dia 22 de julho. A programação, de especial atenção a artistas e produções pretas, indígenas, LGBTQIAPN+ e de pessoas com deficiência, se despende com intervenções no Conic e na Igrejinha, dias 27 e 28, quinta e sexta.

Marcelle Lago, idealizadora e uma das curadoras do Marco Zero ao lado de Ivana Motta, Flávia Meireles e Barbara Matias, conta que o Festival é rueiro. “Amamos dançar para e com transeuntes, olhamos a cidade com encantamento, afeto, pertencimento, a Esplanada é nosso quintal, as Quebradas são nosso aconchego, as Alamedas são nossos bosques e dançamos para nos mover livres nessas paisagens bucólicas e urbanas.”.

Escolher agir nas ruas, espaço de resistência – feito de memórias, fluxos e presenças distintas -, é o fio condutor do Festival desde a sua primeira edição, em 2006. O Marco Zero é realizado com recursos do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

No final da tarde de sábado (29), o Festival convida para evento de encerramento no Mercado Sul Vive em Taguatinga (QSB 12/13), com a apresentação da potente Baileclava 4.0, a partir das 17h. Nessa celebração da comunidade Ballroom, artistas trans e travestis exaltam a juventude indígena, negra, LGBT e periférica. A performance é um ato de resistência ao cerceamento de direitos.

Fotos e vídeo de divulgação: https://bit.ly/VIMarcoZero

 

 

SERVIÇO:

 

6ª Edição do Festival Marco Zero

Até 28 de julho de 2023

Evento de encerramento: sábado (29), no Mercado Sul, em Taguatinga, a partir das 17h

Locais: Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia

Entrada franca e livre para todos os públicos

Informações: www.marcozerobrasilia.com

Quinta-feira, dia 27 de julho, no Conic

Às 17h: Os Dançarinos Irmãos Sukulonsky de CircomVida

Dançar para comemorar a igualdade de gênero. Uma apresentação cômica, onde o assunto é a alegria de uma mulher Palhaça nas ruas e praças do DF. A crítica envolve o empoderamento feminino e o seu direito de ir às ruas, trabalhar com arte colocando o corpo e a voz no centro. Duração: 40 minutos.

Quinta-feira, dia 27 de julho, na Igrejinha (EQS 307/308)

Às 18h: Futura de Lian

Composto pelas personagens a ancestral (Idiane Crudzá), a mãe (Lian Gaia) e o filho (Luca Dan). A ancestral, em seu traje do povo Kariri-Xocó, canta, fuma seu cachimbo e sopra palavras no ouvido da criança. A mãe, balbucia e parece cansada/chorosa/exausta. Ela representa o corpo indígena mulher-terra-mãe apagado de sua identidade e de vivências. O filho, trajando o que mescla ancestralidade e futurismo, dá colo à mãe e declama em voz alta, ora em português, ora em dzubukuá-kariri-kipea, da etnia Kariri Xocó, numa tentativa de curar e continuar.

Sexta-feira, 28 de julho, a partir das 17h, no Conic

 

Às 16h: Sobrecarga ou A tragédia de manter-se em pé ou Meditações sobre a verticalidade e a queda da Nave Gris Cia. Cênica (estátua de Zumbi)

Uma crítica reflexiva acerca da popularidade dos Stand Ups, uma forma cênica desprovida de recursos de encenação e tão promissora no mercado de entretenimento. Duração: 45 minutos.

Às 17h30: Cortejo das Maluvidas (cortejo Conic/Conjunto)

Maluvida, palavra muito utilizada em algumas regiões do Nordeste brasileiro, é uma pessoa mal-ouvida, desobediente e inquieta. Nossa proposta é expressar nossas inquietações como mulheres e mostrar que o nosso lugar também é na música, e na rua. Com nosso repertório de músicas compostas ou interpretadas por grandes mulheres, queremos trazer cada vez mais mulheres para o universo das fanfarras e ocupar todos os espaços com música, festa, afeto, ativismo, feminismo e luta.

 

Às 22h00: Às strippers, com carinho de Lala Teles (em frente à Birosca)

Uma homenagem às strippers, precursoras do pole dance. A proposta é resgatar a imagem dessas mulheres de uma maneira não romantizada e não marginalizante – a realidade é diversa e cada trabalhadora sexual tem uma relação pessoal com seu ofício. Duração: 7 minutos.

Às 22h30: Showcase da Cia Mutum (entre o Chicão e a Birosca)

Apresenta a pluralidade dos corpos na versatilidade de estéticas da dança. Ao narrar a história de corpos não padrões, os dançarinos usam de suas bagagens culturais para dialogar com um novo jeito de se mover, um grito daqueles que querem mudança. A trilha sonora tem como base os ritmos regionais e afro-brasileiros. Duração: 40 minutos.

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