Dois jovens brasilienses decidiram transformar suas trajetórias pessoais em um projeto de impacto para a economia local. A designer visual Karlla Braga, de 25 anos, e o estudante de Ciência da Computação da UnB, Cauet Dias, de 23 anos, são os cofundadores da SAVVIX, uma startup que une tecnologia, criatividade e propósito social para aproximar consumidores e pequenos comerciantes do Brasil inteiro. A iniciativa tem como mentor o engenheiro de dados Paulo Henrique Lima, especialista em inteligência artificial e idealizador inicial do aplicativo.
A ideia nasceu da percepção de que, cada vez mais, as pessoas buscam experiências de qualidade sem abrir mão da economia. O aplicativo desenvolvido pela equipe gamifica o ato de comprar: oferece cupons, desafios e recompensas digitais que estimulam clientes a conhecer novos estabelecimentos e, ao mesmo tempo, ajudam pequenos empreendedores a fidelizar sua clientela. “Nossa intenção é fortalecer a economia local de forma prática, lúdica e acessível. Queremos criar um ecossistema em que todos ganham: consumidores, lojistas e investidores”, explica Paulo.
A jornada dos jovens sócios até aqui é marcada por mudanças de rumo e escolhas ousadas. Karlla começou a trabalhar cedo, passou pela área da saúde como biomédica, mas encontrou no design seu verdadeiro propósito. Primeiro atuou como freelancer em projetos para a SAVVIX, até ser convidada a se tornar sócia. “Foi uma oportunidade única de unir minha trajetória e minha paixão pelo design dentro de um projeto em que realmente acredito”, afirma. Já Cauet cresceu fascinado por tecnologia e encontrou no curso de Computação da UnB a base para aplicar inteligência artificial e análise de dados em soluções voltadas ao comércio. “Sempre tive interesse em como a tecnologia pode resolver problemas reais. Na SAVVIX, encontrei um projeto com propósito, que une meu conhecimento técnico a um impacto direto no dia a dia dos pequenos negócios”, conta.
Apesar do entusiasmo, os dois não escondem os desafios de empreender jovens. A falta de experiência prática e a necessidade de conquistar credibilidade no mercado exigiram estudo intenso e muita dedicação. “Muitas vezes precisamos nos provar duas vezes mais para mostrar que nossa proposta tem consistência”, diz Karlla. Cauet completa: “muitos estabelecimentos hesitavam em confiar em uma solução tecnológica liderada por empreendedores jovens. Superamos isso com dedicação, conhecimento técnico e, principalmente, apresentando resultados concretos”.
Karlla destaca ainda os desafios e oportunidades de ser uma jovem empreendedora mulher no setor: “ainda precisamos nos provar competentes duas vezes mais em praticamente todos os aspectos. Mas, ao mesmo tempo, é uma chance de mostrar novas formas de liderança, mais criativas e colaborativas, e inspirar outras mulheres a colocarem suas ideias em prática”.
Na prática
Atualmente em fase piloto, a SAVVIX começou com foco em restaurantes de perfis variados: do fast food às opções veganas e já projeta expansão para outros segmentos, como papelarias, pet shops, salões de beleza e lavanderias. A expectativa é de que, até o fim do ano, o app esteja presente em todo o território nacional.
Com recursos como carteira digital por tokens, personalização de ofertas por inteligência artificial e dashboards para análise de resultados, a plataforma alia inovação tecnológica à acessibilidade. A startup também abriu uma rodada pré-seed de R$ 500 mil para fortalecer a operação e acelerar o marketing nos próximos meses. Mais informações no contato@savvix.com.br.
Mais do que uma ferramenta de cupons, a SAVVIX representa o desejo de jovens empreendedores, com o apoio de um mentor experiente, de usar a tecnologia para gerar impacto real. “Empreender não é fácil, você não trabalha menos nem tem todo o tempo livre que gostaria. Mas ver uma ideia se transformar em algo que ajuda pequenos negócios a crescerem faz todo o esforço valer a pena”, resume Cauet.