Tudo Está Bom é o álbum de estreia do grupo transatlântico Kosmik Band

 

Nanan, La Charo, Enzo e Twanguero apresentam influências intercontinentais, vibrações positivas e transcendência espiritual

Evocando felicidade e tranquilidade nas letras, ritmos e melodias influenciados por retiros espirituais e viagens pelo mundo, Tudo Está Bom é o primeiro disco da Kosmik Band. Trata-se de um manifesto pela celebração da alegria de estar vivo em que se cruzam o folk, a MPB, os ritmos tradicionais congoleses, o reggae jamaicano e a transcendência indiana. O álbum de estreia do grupo transatlântico é lançado hoje (09 de Dezembro) – ouça aqui.

Com membros da Argentina, Brasil e Espanha, a Kosmik Band é composta pelo guitarrista e produtor de Buenos Aires, Enzo Buono, conhecido pelo trabalho com o coletivo Playing for Change, a vocalista e artista multidisciplinar La Charo, também da Argentina, o vocalista brasileiro Nanan e o guitarrista espanhol, ganhador do Grammy Latino, Diego “Twanguero” García. Juntos, criam uma “fusão musical e espiritual dos mantras do mundo, ritmos africanos e grooves latinos”.

As nove faixas de Tudo Está Bom resultam do encontro entre as viagens pelo mundo de Enzo enquanto produtor da Playing For Change. Enquanto três das canções têm diferentes compositores ao lado de Enzo – a faixa-título, Mama e Peça a Deus – também se apresentam obras de autoria de Nanan, que traz “o lado da consciência folk brasileira” e contribui com três canções – o êxito internacional Casa da Floresta – sua primeira versão tem mais de 13 milhões de plays no Youtube, Fui na Cachoeira e Despetalar. As restantes faixas nascem da colaboração entre os dois compositores: Aqui Agora, Mangalam e Lua Mama (com Ananda Giri).

Conceitualmente, o título do disco espelha a “alegria única” que Enzo encontrou em locais como Kinshasa, na República Democrática do Congo, e que inspirou um disco centrado na celebração da vida apesar das suas dificuldades. Apontando para um álbum que se traduzisse em “calma e amor”, diz que a ideia era fazer “o tipo de música que gostaria de ouvir ao acordar, uma injeção de energia fresca e boas frequências na alma do ouvinte”, citando como referências o folk britânico de Nick Drake, o coletivo congolês African Fiesta ou o guitarrista jamaicano Ernest Ranglin.

Gravado nos Roundtrip Studios em Los Angeles, na Califórnia, e produzido pela própria banda, Tudo Está Bom conta com um extenso rol de convidados especiais: um coletivo de músicos congoleses, incluindo Mermans Mosengo, da Playing for Change, em Mama; o grupo de apoio de Damian Marley, incluindo o baterista Courtney Diedrick, numa regravação reggae do tema Casa da Floresta, de Nanan; e o percussionista Euro Zambrano, companheiro de Stevie Wonder ao vivo, em Tudo Está Bom e Fui na Cachoeira.

Ainda assim, seguem a máxima de “menos é mais”, diz Enzo, defendendo que “uma boa canção deve poder ser tocada apenas com uma guitarra para um grupo pequeno, algo com que as pessoas possam cantar”. Nanan acrescenta que “não há milagre nem mistério”, dizendo que “o que estamos fazendo é tirar o som dos instrumentos tal como são”, uma abordagem que, acredita, “diminui a distância entre músicos e público, e garante que o encontro é real”, à semelhança dos artistas que os inspiraram: os Beatles, Bob Marley, Paul Simon ou Gilberto Gil.

Devido aos percursos singulares dos seus integrantes enquanto alunos do retiro de meditação Ekam, na Índia, Tudo Está Bom reflete as noções de espiritualidade e transcendência que lá aprenderam, a entoar mantras hindus: segundo Nanan, “depois partimos para este trabalho mais ousado dentro do cancioneiro popular da língua portuguesa, a fim de sair do terreno dos mantras, que às vezes cria um bloqueio para as pessoas. Esta é, portanto, outra forma de sentir a espiritualidade.”

Acima de tudo, diz Nanan, é importante “sentir que a música tem uma função terapêutica, que oferece um momento de bem-estar e de vibração positiva.” Para Enzo, “estar em locais como Kinshasa com os músicos, nos seus espaços, é mais do que uma memória, é uma energia”, e é essa autenticidade que transmitem em Tudo Está Bom.

Capa do disco Tudo Está Bom por Pedro Roth com montagem de Thiago Iglesias – download aqui

Capa

A capa do disco é assinada por Pedro Roth, artista húngaro de 85 anos também responsável pelas capas dos singles da Kosmik Band lançados até então. Sobrevivente do Holocausto, residente em Buenos Aires e pai de um amigo de infância de Enzo, é encarado por este como “um membro da família”.

Segundo o guitarrista, a capa reflete o cruzamento entre “o espírito da infância e o conhecimento e experiência da velhice. A maior parte das pessoas, quando crescem, matam a criança que havia em si, tornam-se adultos sérios e austeros. E quando alguém preserva a sua própria criança, conseguimos notar. Conecto-me com essas pessoas, e essa infância é também transversal às canções do disco”, explica.

Trajetória da banda

O embrião do grupo surgiu pela primeira vez na década de 2000, altura em que Enzo, inspirado por um retiro espiritual que frequentou na Índia, desafiou-se a transformar os mantras “lentos e contemplativos” que aprendeu “em algo que as pessoas pudessem dançar”.

Dessa missão surgiu, em 2009, um projeto, inicialmente chamado La Oneness Band, que cruzava a transcendência indiana com os sons das latitudes que descobriu enquanto produtor da Playing For Change, instituição de ação social através da música com a qual viajou a países como a República Democrática do Congo, a Jamaica, Cuba, o Senegal ou o Mali.

Depois de conhecer Nanan, em 2019, não demorou muito a descobrir ali um novo grupo: à identidade sonora que Enzo vinha recolhendo pelo mundo fora, Nanan veio acrescentar “o toque mágico brasileiro”.

O seu álbum de estreia, Tudo Está Bom, foi batizado em português como “um tributo a este encontro cósmico com Nanan”, que, diz Enzo, “revitalizou o grupo”. A Kosmik Band ficaria completa com La Charo, a mais recente integrante, considerada uma das principais artistas da cena atual Argentina.

OUÇA AQUI

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO AQUI

FICHA TÉCNICA:

Tudo Está Bom (Roundtrip Records)

1 – Tudo Está Bom – Enzo Buono e Mermans Mosengo

2 – Mama – Enzo Buono e Patrick Liotta

3 – Casa da Floresta – Nanan

4 – Despetalar – Nanan

5 – Fui na Cachoeira – Nanan

6 – Lua Mama – Ananda Giri, Enzo Buono e Nanan

7 – Aqui Agora – Enzo Buono e Nanan

8 – Mangalam – Enzo Buono e Nanan

9 – Peça a Deus – Enzo Buono e José Agote

Produção e arranjos: Kosmik Band

Mistura: Adam Kagan (todas exceto faixas 7 e 9, por Greg Morgenstein)

Estúdio: Roundtrip Studio, Los Angeles, Califórnia

Banda: Nanan (voz em todas as faixas, vocais de apoio na faixa 4, guitarra clássica e baixo na faixa 5)

Enzo Buono (guitarra elétrica na faixa 3; teclas nas faixas 6, 7)

Diego “Twanguero” García (guitarra elétrica em todas as faixas menos a 2; guitarra acústica nas faixas 1, 7; guitarra clássica na faixa 8)

“La Charo” Bogarín (voz na faixa 1)

Whynot Jansveld (baixo nas faixas 1, 5)

Michelle “Mishcatt” Gonzalez (vocais de apoio nas faixas 1, 7, 8)

Mermans Mosengo (baixo e vocais de apoio na faixa 2, percussão nas faixas 2, 3, 6, 7, 8, 9)

Loguylo Mabungu (bateria e vocais de apoio na faixa 2)

Nseka “Wikilo” Bimuela (guitarra elétrica na faixa 2)

Jason Tamba (guitarra acústica e vocais de apoio na faixa 2)

Chella Mputu (vocais de apoio na faixa 2)

Roselyn Williams, Sherieta Lewis e Maga Shukar (vocais de apoio na faixa 3)

Omeesh James (baixo na faixa 3)

Adrian Buono (guitarra elétrica na faixa 3)

Courtney Diedrick (bateria e percussão na faixa 3)

Wade Johnson (teclas na faixa 3)

Brian Griffin (bateria nas faixas 4, 5, 6, 9)

Timothy Lefebvre (baixo nas faixas 4, 6, 8, 9)

Carlos Rodgarman (teclas nas faixas 5, 6, 8)

Euro Zambrano (percussão nas faixas 1, 5)

Federico Ferrandina (guitarra elétrica nas faixas 6 e 8, arranjo de sopros na faixa 7, guitarra clássica na faixa 8)

Victoria Prado Pastorello (vocais de apoio nas faixas 6, 8)

Sergio Verdinelli (bateria na faixa 7)

Mariano Dominguez (baixo na faixa 7)

Forest Miller e James Hunter (vocais de apoio na faixa 7)

Padovano Antonio (trompete na faixa 7)

Luca Giustozzi (trombone na faixa 7)

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SOBRE A KOSMIK BAND

Enzo Buono nasceu em Buenos Aires onde vive atualmente, mas, antes, viveu nos EUA, entre Chicago e Los Angeles, de 1991 até 2022, onde, como bandleader, abriu espetáculos de Peter Frampton, Tito Puente ou Célia Cruz. Como produtor, assinou 16 discos na Índia, com cuja cena musical mantém ligação forte, e trabalhou com a Playing For Change, com a qual promoveu o desenvolvimento económico e social em países em desenvolvimento através da música, percorrendo dezenas de países e colaborando com artistas como Bono, Manu Chao, Jackson Brown ou Tinariwen.

Nanan é músico, ambientalista e professor de música. Com o álbum Movimento: Manifesta Sentimento (2019), atingiu reconhecimento mundial através do single Casa da Floresta. A digressão do disco passou por países da América do Sul e da Europa, levando uma música que respira organicidade e espiritualidade. Atualmente, faz parte de um trio com os cantautores brasileiros Gustavito e Luizga, com o qual prepara o lançamento do disco O Destino do Clã.

Twanguero é Diego García, guitarrista espanhol internacionalmente destacado pela sua sonoridade e estilo de dedilhado característico. Operando na intersecção entre o folk americano, o flamenco e o tango, editou sete discos em nome próprio – The Brooklyn Session (2011), Argentina Songbook (2013), Pachuco (2015), Carreteras Secundarias, Vol. 1 (2017), Electric Sunset (2018) e Carreteras Secundarias, Vol. 2 (2022) – e tocou durante anos com o aclamado músico argentino Andrés Calamaro. Pelo seu trabalho com o cantor Diego El Cigala, é detentor de um Grammy Latino.

La Charo é Charo Bogarín, artista argentina multidisciplinar de ascendência indígena cuja carreira se tem focado na valorização do legado folclórico do seu país e defesa dos seus “povos originários”. Além de ter integrado diversas longas-metragens como atriz, atua como parte da dupla Tonolec, com que editou sete discos desde 2005, e a solo, tendo lançado em nome próprio os discos La Charo (2018), Legado (2019) e, mais recentemente, Formoseña (2022).

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