Com obras de Arielle Martins, Daniel Búrigo, Rafael Marques, Sofia Ramos, Vitória Barreiros e Viní Souza e curadoria de Carlos Silva, a exposição na galeria do Casapark trata da linha como elemento central na produção de arte contemporânea
No dia 8 de outubro, das 18h às 22h, a Galeria Casa inaugura a mostra coletiva “O elogio da linha”, com obras dos artistas visuais de Brasília Arielle Martins, Daniel Búrigo, Rafael Marques, Sofia Ramos, Viní Souza e Vitória Barreiros, e curadoria de Carlos Silva. Desenho, pintura, instalação são algumas das linguagens apresentadas na exposição que aborda a linha como ponto de partida para a produção artística contemporânea. Em exibição até o dia 30 de outubro, a mostra pode ser visitada de terça a sábado, das 14h às 22h, e no domingo, das 12h às 20h. A Galeria Casa Fica no Casapark Piso Superior, com entrada pela Livraria da Travessa. No Instagram @galeria_casa. O Casapark fica no no SGCV Lote 22, Park Sul – Brasília. Telefone: (61) 3403-5300.
A mostra que ocupa a Galeria Casa em outubro é resultado da pesquisa curatorial do historiador da arte e curador Carlos Silva sobre a produção artística contemporânea no Distrito Federal. Nesta exposição, a linha ganha destaque. “A linha desenha o mundo. Com ela, os artistas criam propostas autorais. A partir dela, o plano é explorado e modificado. A linha ganha também o espaço e propõe vivências construtivas no mundo da arte contemporânea. A figura é construída pela linha e a cor apresenta outro atributo no universo das artes visuais. Em “O elogia da linha” percebe-se uma variação no uso que a linha apresenta nos dias atuais. Ela sai do plano bidimensional e ganha inscrição tridimensional. A linha sussurra para nós uma série de mistérios. Cabe a nós fazermos a nossa parte”, explica Carlos Silva.
Sobre os artistas e suas obras
Arielle Martins | Quintal e Morada
Arielle Martins é ilustradora brasiliense. O imaginário das ilustrações busca envolver memórias afetivas do inconsciente coletivo e são inspiradas pelo aspecto lúdico das narrativas do cotidiano, muitas vezes usando uma aparência fantasiosa e vibrante para destacar símbolos culturais. Seu trabalho envolve a criação de ilustrações autorais com foco em pintura digital para projetos publicitários, editoriais e produtos. De sua formação em Arquitetura e Urbanismo ganhou o interesse nas paisagens e na vivência. Uma parte de seu trabalho busca desenvolver obras baseadas em pesquisas e narrativas do Cerrado, explorando a ideia da paisagem cultural.
Em “Quintal” e “Morada“, a artista explora o quintal da infância, partindo da ideia de que nossas memórias acontecem como uma colagem de formas, cores e diferentes escalas. A paisagem cultural acontece também quando pensamos que o lugar do bioma é no quintal de hoje, além da memória afetiva da infância.
Daniel Búrigo | Engrenagem
Bacharel em Artes com habilitação em pintura pela Universidade de Brasília, Daniel Búrigo é desenhista, pintor, ilustrador, artista gráfico e professor. Ainda no Instituto de Artes trabalhava na programação visual do Cineclube Dois Candangos e fazia ilustrações para o jornal Campus, da Faculdade de Comunicação. Em seguida fundou A Casa do Incesto Produções Culturais, dando continuidade em seu trabalho gráfico. Pouco antes de se formar foi editor do suplemento infantil Correio da Galera, editado pelo Correio Braziliense. Foi uma época de rica experimentação visual, unindo processos gráficos com elementos de desenho e pintura. Viajou para a Europa em 1998, desenhando e pintando, até se fixar em Londres, onde se tornou professor de artes e design. Ao retornar para Brasília, trabalhou como ilustrador, mas tem se dedicado mais à docência, atuando em instituições internacionais como A Escola das Nações. Atualmente é professor titular do Colégio Everest de Brasília, ensinando artes para crianças do Ensino Fundamental e desenvolvendo projetos de pintura, decoração e cenografia.
Os trípticos intitulados “Engrenagem” retratam quatro corpos semiabstratos colocados lado a lado e se dividem cada um nas principais áreas do corpo humano: cabeça no papel superior, torso e órgãos no papel central e membros no inferior. Desenhos de instrumentos científicos e mecânicos se mesclam com pinturas anatômicas, onde os limites entre linhas e formas se confundem, e a hierarquia tradicional do desenho como linha preparatória é abandonada. Os elementos vagam incompletos e/ou interrompidos, livres entre camadas sobrepostas e transparentes.
Rafael Marques | Violência contra rato tudo bem
Rafael Marques nasceu, vive e trabalha em Brasília, Brasil. O artista utiliza diversas mídias e linguagens tais como a gravura, o desenho, a luthieria, a pintura entre outras, para explorar o caráter controverso das relações entre o ser e suas percepções sobre si mesmo e o outro, por meio da provocação de estranhezas. Atualmente cursa graduação em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB) e é sócio fundador do projeto Vilarejo 21, um espaço de fomento à arte, criatividade e cultura em Brasília.
Os trabalhos apresentados fazem parte da série “Violência contra rato tudo bem“, que engloba produções em diversas técnicas, com o objetivo de desenvolver visualmente a pesquisa mais recente do artista. O ponto central da pesquisa é a espetacularização sadista presente em um grupo de produções audiovisuais encontradas em plataformas liberais de vídeos, tais como o YouTube. Essas veiculações exploram o abatimento de supracitadas pragas, tendo como motor de retroalimentação uma grande base de seguidores que curtem, comentam e compartilham esses vídeos.
Sofia Ramos | Engrenagens para outras narrativas
Sofia Ramos nasceu em Boa Vista (Roraima) e atualmente reside em Brasília. Produz em múltiplas linguagens e suportes. Experimenta construções e visualidades sensíveis que buscam interação a partir de contextos socioculturais na América Latina. A artista vivencia o espaço urbano com o olhar atento para catação de objetos descartados, e com isso repensar lugares de existências poéticas decoloniais. No ano de 2022, participou das exposições “Para onde foi a espessura da carne?”, no Museu da República de Brasília, “Quando eu morrer, quero ser Abayomi”, no Museu das Bandeiras em Goiás Velho, “Hospitalidade, 3a Edição”. Na Galeria Sibasoly em Anápolis, “Até onde a vista descansa” e “Histórias que nos movem”, ambas no espaço cultural do Vilarejo 21 em Brasília, “I Circuito Latino-Americano de Arte Contemporânea” na Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre.
As pesquisas que apresenta em “O elogio da linha” partem do brincar como um espaço expandido ao encontro. Pela construção conjunta de outras narrativas e o deslocamento de sobras de materiais cantados na rua; procura por formas poéticas de se habitar a fim de imaginar lugares de resistência.
Viní Souza | Bikegrafias
Viní Souza é artista visual e designer multimídia. Brasiliense, formou-se em Comunicação pela UnB e estudou Artes Plásticas na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes e no Espaço Cultural Renato Russo. Participou dos coletivos de arte de rua Arterê, Histo é Arte, TupyPixel, Muradores e das exposições coletivas Expo Biruta 2011, OVNI Coletivo 2012, Mostra Dulcina 2012 e 2013 e Feira do Fuga, e da exposição individual Altos-Contrastes em setembro de 2022. Trabalha com diversas técnicas: desenho, pintura, gravura, escultura, arte urbana e design gráfico. Seu trabalho propõe uma reflexão sobre a identidade brasileira e explora temas como a natureza e o cotidiano. Com uma estética gráfica, suas obras brincam com o alto contraste e a síntese cromática.
Na série Bikegrafias, Viní escolheu a bicicleta como elemento gráfico para explorar as fronteiras entre o desenho e a escrita, o gestual e a grafia. Uma busca pela compreensão do momento em que o desenhista habitua-se com determinado símbolo e torna-se capaz de desconstruí-lo, reformulá-lo e reproduzi-lo de maneira fluente.
Vitória Barreiros |Basculantes, Na beira, Aqui distribuidora, Flor de maracujá
De Brasília, Vitória Barreiros é artista visual que vive e trabalha em São Paulo. Desenvolve sua pesquisa poética a partir de observações da paisagem e dos deslocamentos dentro dela – abarcando desde a natureza até objetos cotidianos. Realiza pinturas, desenhos, instalações e gravuras buscando construir imagens relacionadas a natureza, memória e cotidiano, como uma cartografia de afetos. É bacharel em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e pós-graduanda em Arte Educação pela Universidade Federal da Bahia.
Os trabalhos de séries diferentes revelam os caminhos de sua pintura. Fragmentos e objetos do cotidiano (re)constroem uma história sensivelmente habitual, vibrando na memória afetiva. As imagens, guardadas sob a fina poeira da memória familiar, têm o poder de trazer aos sentidos os ecos de um lugar, de um tempo, de um acontecimento ou de uma cidade. Como uma coleção de memórias individualmente coletivizadas.
Sobre o curador
Carlos Silva nasceu em 1963 em Barretos (SP). Vive e trabalha em Brasília desde 1982. Atua como artista visual, historiador, mestre em arte, especialista em psicologia e educação, professor, curador independente, crítico, coordenador de cursos livres e programas educativos em artes visuais, diretor de galeria, consultor, diretor de criação. Foi membro do Conselho de Cultura do DF e professor do Departamento de Artes da UnB. Como curador e assistente, assinou “suspensões”, “a seco”, “fora do lugar” e “100 anos de Athos Bulcão”. Participa de exposições individuais e coletivas. Atua na interface entre arte, história, literatura, psicanálise e filosofia. Publica textos técnicos e poéticos com frequência.
Serviço:
O elogio da linha
Mostra coletiva
Artistas | Arielle Martins, Daniel Búrigo, Rafael Marques, Sofia Ramos, Viní Souza e Vitória Barreiros
Curadoria | Carlos Silva
Abertura | 08/10, sábado,
Das 18h às 22h
Onde | Galeria Casa
Casapark, Piso Superior, acesso pela Livraria da Travessa
Visitação | até 30 de outubro
De terça a sábado, das 14h às 22h
Domingo e feriados, das 12h às 20h
Entrada | Gratuita
Classificação Indicativa | Livre para todos os públicos
Instagram | @galeria_casa
Endereço | SGCV Lote 22, Brasília – DF
Contatos | +55 (61) 3403-5300
@casapark