Por LOWRY LANDI
O QUE É A MÚSICA?
Segundo os dicionários “a música é a arte ou a ciência de combinar os sons de modo que agradem ao ouvido; também pode ser qualquer composição musical ou a execução de qualquer peça musical ou, mesmo, qualquer conjunto de sons”.
Seria então verdade – como afirmam os estudiosos – que o ritmo surgiu da dança? Se assim for, por este raciocínio, música e dança se confundem na sua origem. O que se deduz que, quem primeiro executou movimentos cadenciados poderia ser apontado como o inventor do ritmo e, portanto, do princípio básico de todo o universo musical.
Desde os primeiros movimentos tribais do homem primitivo em seus rituais em torno de uma fogueira, quando utilizavam toras e pedras para seus batuques, ou gravetos duros de madeira, ou lascas de pedras para produzir sons monocórdios em um constante tan-tan, música e danças continuaram sua evolução até os nossos dias, com uma variação enorme de sons e movimentos corporais, que, literalmente, desfilaram pelos grandes grupos de dança ao som de formidáveis arranjos sinfônicos, passando pelo ritmo frenético e folclórico das baterias das escolas de samba, aos festivais de rock ou seguindo os intermináveis acordes da chamada música sintética.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA MÚSICA:
RITMO, MELODIA e HARMONIA formam para a música, um ternário perfeito, sendo seus elementos fundamentais.
O RITMO é a relação que existe entre a duração dos sons longos e breves que, agrupados, formam frases musicais. Portanto o ritmo constitui importante meio de expressão das emoções, tanto para o compositor como para o intérprete.
A MELODIA é o elemento predominante em qualquer composição musical. Sua origem, possivelmente, tenha sido das inflexões da linguagem. Primitivamente consistia em simples alternância de duas ou mais frases musicais.
A HARMONIA pode ser tratada como a harmonia simétrica. Sendo a consonância ou sucessão agradável de sons, com suavidade e sonorização do estilo. Também é conhecida como a arte de formar e dispor os acordes.
Tanto as músicas gregas bem como a música sacra dos primeiros tempos eram essencialmente melódicas. A harmonia primitiva consistia na combinação de uma melodia consigo mesma ou com outra melodia. A harmonia, então, evoluiu transformando-se em fator de enriquecimento da melodia, acompanhando-a na sucessão dos acordes.
FORMAS MUSICAIS:
Toda composição musical possui, em princípio, uma forma definitiva, sendo a mais simples a BINÁRIA, que sonoriza como as batidas de um coração, ou um tan-tan sonoro e primitivo, em que dois temas diferentes se contrastam.
Os séculos XVII e XVIII tiveram quase todas as suas composições escritas na forma binária. Já nos fins do século XVIII uma nova forma de composição começava a ter destaque. Era a forma TERNÁRIA, que consistia em uma melodia completa em uma segunda melodia com ela relacionada.
A SONATA- FORMA apresenta-se como a forma do “primeiro movimento” de uma sonata (ou de uma sinfonia), dividindo-se em três partes: EXPOSIÇÃO – DESENVOLVIMENTO – RECAPITULAÇÃO.
Quando a forma ternária foi aperfeiçoada, acabou gerando outras formas musicais como o RONDÓ, a FUGA e a SERENATA.
OS PRIMEIROS INSTRUMENTOS MUSICAIS:
Uma das primeiras invenções do homem certamente foi o instrumento para produzir a própria música. Estes instrumentos – desde os primórdios da humanidade – agrupavam-se em três famílias: instrumentos de sopro, de corda e de percussão.
UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA:
A música antiga era essencialmente monódica (canto a uma voz sem acompanhamento), onde a monodia era soberana, pois não existia o recurso da emissão de dois sons simultâneos.
Com as primeiras civilizações o sistema musical começou a estruturar – se em sistemas musicais distintos. Os gregos criaram a escrita musical – considerado a sua escrita a mais perfeita no mundo antigo que, mesmo preferindo a expressão vocal, conseguiram difundir o uso da LIRA, da HARPA e a FLAUTA, além de outros instrumentos. Porém foi com São Gregório (da Primeira Igreja Cristã), que se desenvolveu junto com outros estudiosos da época, a técnica e os meios de expressão musical. Seria esta técnica a base da moderna notação musical, mais tarde codificada e difundida pelo erudito italiano Guido de Arezzo, no século XI.
Com as formas introduzidas pelos compositores flamencos da Escola Polifônica, nos séculos XV e XVI, a música adquiriu maior perfeição e beleza. O coral alemão encontrou grande receptividade, enquanto o renascimento italiano influenciava diversos compositores, como Josquin des Près, Orlandus Lassus e Palestrina.
O florescimento da ópera e da música instrumental aconteceu em fins do século XVI, coincidindo com o Período Barroco. Alguns nomes se destacaram, como MONTEVERDI e CORELLI, na Itália; RAMEAU e COUPERIN, na França; PURCELL, na Inglaterra e HANDELL e BACH, na Alemanha.
Desses compositores surgiram novos gêneros, como o ORATÓRIO, a CANTATA, o CONCERTO-GROSSO e a SINFONIA.
No período de transição do Barroco para o Classicismo manifestou-se certo predomínio do Rococó, que só desapareceria após a consolidação da nova concepção harmônica da escola clássica, no século XVIII, com Haydn e Mozart. Com estes dois compositores surgem o emprego de dois ou mais temas num único movimento. A sonata foi aperfeiçoada e a sinfonia sofreu reestruturação.
O Romantismo musical iniciou o século XIX com ímpeto de escola nova e revolucionária. Procurava valorizar a música programática ou descritiva, onde Beethoven, Schubert, Brahms e Schumann, abriram ilimitadas perspectivas, do pondo de temático, ao procurarem inspiração nas fontes nacionais.
As formas mais aceitas pelos mestres desse período foram, além da sinfonia, o concerto, o lied ou canção e o poema sinfônico.
A influência das composições românticas, além de provocar a ruptura com a rigidez formal do Classicismo, abriu caminho para o nacionalismo musical, que predominou em toda a segunda metade deste século.
Os grandes compositores, inspirados na música popular nacional, criaram, nesta época, uma arte ao mesmo tempo peculiar e universal.
Dentre os principais compositores de tendência nacionalista merecem destaque:
Finlândia: Jean Sibelius; Hungria: Zoltán Kodály; Espanha: Enrique Granados; Rússia: Modest Mussorgski; EUA: George Gershwin (até o século XX).
Já no século XX outros autores se destacam com suas composições nacionalistas:
Brasil: Villa Lobos; Espanha: Manuel De Falla; Rússia: Katchaturian.
Outros movimentos musicais, como o Impressionismo e o Expressionismo, foram desenvolvidos, que eram ligados à concepção Atonalista formulada por Arnold Schönberg e seguida por grandes mestres da música contemporânea como Béla Batók, Igor Stravinsky e Darius Milhaud.