Fotógrafa com doença rara transforma dor em arte e luta por tratamento no Brasil

Em Brasília, a exposição "Além da Ataxia" retrata o cotidiano de jovem com Ataxia de Friedreich e busca celeridade na aprovação de medicamento

A fotógrafa Pollyana Silveira, de 33 anos, está transformando sua dor em arte para dar
visibilidade a uma causa urgente: a Ataxia de Friedreich, uma doença rara e
degenerativa que afeta cerca de 800 brasileiros. Por meio de uma série de
autorretratos impactantes, que serão expostos na mostra “Além da Ataxia”, a partir de
13 de fevereiro, em Brasília, Pollyana busca sensibilizar a população e as autoridades
sobre a necessidade de disponibilizar tratamentos eficazes no país.
Diagnosticada aos 15 anos com Ataxia de Friedreich, uma doença genética que afeta o
sistema nervoso, Pollyana sabe na pele o que é conviver com sintomas como
dificuldade para andar, manter o equilíbrio e alterações na fala.
“No começo foi difícil diagnosticar a doença, eu sofria muito bullying e preconceito, pois
as pessoas achavam que eu estava bêbada ou drogada por ter uma fala mais
arrastada e um andar cambaleante”, relata Pollyana.
A neurologista e PhD em Neurogenética pela Unicamp, Dra. Ingrid Faber, explica que a
Ataxia de Friedreich pode se manifestar desde a infância até a fase adulta, mas a
maioria dos casos surge na adolescência, entre 12 e 16 anos. Além dos sintomas
motores, a doença pode causar complicações cardíacas, como arritmias, aumentar o
risco de diabetes e provocar alterações ósseas e articulares.
“Conforme a doença progride, os pacientes podem se tornar dependentes de
andadores ou cadeiras de rodas, além de enfrentar dificuldades para engolir, falar e até
respirar. Sem tratamento, a doença é fatal”, alerta a neurologista.
A neurologista explica que existem mais de 80 subtipos de ataxias de causas
genéticas, e a Ataxia de Friedreich é uma das mais prevalentes.
Esperança para quem vive com Ataxia de Friedreich
Recentemente, um medicamento chamado Omaveloxolone foi aprovado como o
primeiro tratamento específico para a Ataxia de Friedreich no mundo. Segundo a Dra.
Ingrid Faber, o medicamento demonstrou, em estudos clínicos, uma redução
significativa na velocidade de progressão da doença.
“Embora não seja uma cura, o tratamento representa um avanço crucial para pacientes
que, até então, não contavam com nenhuma terapia capaz de alterar o curso da
doença”, explica a médica.
No entanto, o Omaveloxolone ainda não está disponível no Brasil. A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o medicamento está em processo de
análise para registro, mas não há previsão de quando será liberado para uso.
A arte como instrumento de luta
Enquanto aguarda por avanços no tratamento, Pollyana usa sua arte para dar voz aos
pacientes e suas famílias. Suas obras emocionantes retratam a luta diária contra a
doença e reforçam a importância de políticas públicas que garantam acesso a
medicamentos e tratamentos para doenças raras.
“Minhas fotos transmitem muito essa sensação de que o tempo está passando. A
Ataxia de Friedreich é uma doença que não tem cura, e eu estou na expectativa de
conseguir um tratamento, que já é utilizado em outros países como Estados Unidos e
Alemanha, e algumas regiões da União Europeia”, relata Pollyana.
A exposição
No mês em que é celebrado o Dia Mundial das Doenças Raras, Pollyana estreia sua
exposição fotográfica Além da Ataxia, que fala das vivências de uma pessoa com uma
doença rara, mostrando o cotidiano, as questões de acessibilidade, a normalização de
pessoas que vivem com alguma deficiência e os desafios encontrados por eles.
“O interessante é que escolhemos trazer esse assunto ao público não só sobre a minha
ótica, mas também sobre a perspectiva de outras pessoas que vivem com algum tipo
de deficiência. A proposta é falar além da minha questão pessoal, mas também alertar
o público sobre uma doença rara, que é pouco conhecida pelas pessoas”, destaca a
fotógrafa.
Com patrocínio da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, a exposição estará em
cartaz entre 13 de fevereiro e 13 de março, em Brasília, no Espaço Cultural Renato
Russo, com entrada gratuita.
Como apoiar a causa
Considerando a gravidade e a urgência enfrentadas por pacientes brasileiros com
Ataxia de Friedreich, Pollyana lançou uma petição online com o objetivo de pressionar
a Anvisa a acelerar o processo de análise e aprovação do Omaveloxolone. Quem
quiser apoiar a iniciativa pode assinar a petição por meio do link: https://bit.ly/3PGpfa1.
Serviço da exposição
Exposição Além da Ataxia
Data: 13 de fevereiro a 13 de março de 2025
Local: Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul, Brasília/DF)
Horário: Terça a sexta: 10h às 20h | Sábados, domingos e feriados: 10h às 20h
Entrada: Gratuita
Classificação indicativa: Livre
Mais informações
www.alemdaataxia.com.br
@alemdaataxia

Informações para imprensa:
Fotos de divulgação: https://bit.ly/3WuuMV0
Créditos: Pollyana Silveira
Brilha Assessoria
Larissa Sarmento – (61) 98216-3995
Luana Nova – (61) 995788-8864

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