Após um grave acidente de carro, uma família vive o luto por ter perdido David (Russell Hornsby), pai de Annie (Estella Kahiha) e de Taylor (Peyton Jackson), e esposo de Ramona (Danielle Deadwyler), quem esteve presente no incidente e carrega as sequelas físicas e mentais desse trágico episódio.
A trama se inicia com Ramona revendo o vídeo em que David falava sobre o sonho que ele tinha tido, um momento sublime para o casal. Contudo, a viúva é chamada de volta para a realidade quando o filho a avisa que a energia havia acabado. Ramona pede “forças” para se levantar, o que dá a entender que ela precisa de coragem para viver mais um dia com a perna machucada.
Ao decorrer da narrativa, vemos que a família vive agora um momento de falta, não só da figura masculina, como também da materna e, sobretudo, da alimentar. Essa escassez sobrecarrega Taylor, que agora precisa cuidar da irmã e da casa, enquanto a mãe parece não querer mais se erguer.
Nesse contexto, aparece, no quintal da casa, uma mulher (Okwui Okpokwasili) com um véu preto. A partir desse momento, a história tenta mesclar o passado com o presente. Assim, Sam Sefanak, o roteirista, procura relacionar o terror mental em que Ramona vive com o suspense do filme, tudo isso enquanto Annie está tentando aprender a escrever. O fato curioso é que a garotinha escreve a letra “R” ao contrário, o que tira a paciência da mãe. Entretanto, isso é apenas uma forma sutil de representar a ambivalência da mulher, que carrega todo o peso e a culpa do acidente.
As metáforas do filme levam o espectador a refletir sobre um tópico delicado e preocupante: a escuridão da vida, o suicídio. Apesar de ter um enredo e elenco fracos, vale a pena conferir a reflexão de “A mulher no jardim”.
“A mulher no jardim”: O paraíso de Íris e o inferno de Ramona
CRÍTICA POR: LARYSSA SANTANA