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Mães de Wakanda Social Summit no MAR-RJ foi um sucesso

Mães de Wakanda Social Summit ocupou o MAR-RJ, como mote: afeto, cultura e fortalecimento de mães negras, o projeto surpreendeu em todos os aspectos

Evento gratuito, reuniu centenas de mulheres no sábado (3), em um dia de imersão com talks, vivências de bem-estar, feira criativa e celebração da maternidade negra e periférica.

O Museu de Arte do Rio (MAR) foi transformado em um grande espaço de acolhimento, troca e fortalecimento durante a realização do Mães de Wakanda Social Summit. Cercado de mães negras e solos para uma imersão que uniu rodas de conversa, atividades culturais, bem-estar e uma feira de economia criativa. Das 10h às 16h, o público pôde participar de uma programação intensa e afetiva, pensada especialmente para valorizar a maternidade negra em suas múltiplas dimensões. A proposta foi criar um ambiente de escuta ativa e fortalecimento coletivo, onde o protagonismo das mulheres negras fosse exaltado a partir de experiências, saberes e afetos compartilhados.

A programação incluiu três talks temáticos com especialistas e referências em suas áreas. O primeiro debate, “Saúde, Humanidade e Cuidado”, trouxe reflexões sobre saúde física e emocional. Em seguida, o painel “Finanças e Políticas Públicas” destacou a importância da autonomia econômica. Encerrando os encontros, o talk “Liderança, Empreendedorismo e Autoestima. Para Andressa Reis, o evento se conecta com uma urgência coletiva: “Esse evento é muito importante. A gente precisa trazer essas conversas urgentes sobre realidades e negritude. É um prazer e uma honra poder participar e trazer um pouquinho da minha experiência para dentro da história de tantas mulheres negras incríveis”, afirmou a escritora.

Já Aída Barros, com sua sensibilidade como cineasta, compartilhou uma fala potente e emocionante sobre o papel do evento na vida de tantas mulheres – “Eu acredito que esse evento, é para todas as mulheres – mas fundamentalmente para mulheres negras – é uma comunidade. Uma comunidade onde você aprende, se apoia e se cura. Eu incentivo, torço e compartilho toda a minha energia para que esse projeto tenha longa vida, longevidade, axé e todo o sucesso e prosperidade do mundo.”

A mediação dos encontros ficou a cargo da jornalista Carol Anchieta, integrante do coletivo Atinúké e especialista em comunicação com foco em equidade racial e de gênero.

Além dos debates, o Summit promoveu experiências de bem-estar com terapias corporais conduzidas por Renata Jacques, espaço de relaxamento, recreação infantil com a Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, apresentação de dança afro com oficina aberta ao público, trilha sonora comandada por DJ e um pocket show de encerramento com a vibrante Banda Afrosoul.

A feira de economia criativa movimentou empreendedoras negras nas áreas de gastronomia, moda e artesanato, fortalecendo laços comunitários e a geração de renda. Com acessibilidade garantida por intérpretes de Libras em todas as atividades, o Mães de Wakanda Social Summit consolidou-se como um espaço plural e inclusivo, que reconhece e celebra as potências das mães negras em todas as suas formas. “Criamos um espaço onde mães pudessem ser protagonistas, compartilhar dores, estratégias e sonhos. É sobre futuro, dignidade e pertencimento”, afirmou Pollyne Avelino, idealizadora e curadora do evento.

Pollyne ainda completa – “O meu papel é quebrar estigmas de dor e violência, protocolos e paradigmas sociais da maternidade para que essas mulheres sejam felizes e consequentemente seus filhos também. Nenhum processo terapêutico pode mudar o que já se foi, mas podemos mudar a narrativa dos fatos com uma perspectiva positiva, o que ocorre ou ocorreu não nos define e sim deve servir de lição do quanto temos e podemos cuidar de nós mesmos com amor, respeito segurança e acolhida, e assim ter agência na transformação de um mundo mais igualitário e consciente. Acredito que conseguimos entregar um pouco de tudo isso nesse evento”.

Mais do que um encontro, o Summit foi um manifesto vivo pela valorização das maternidades negras e periféricas, com foco no fortalecimento social, emocional e econômico dessas mulheres. Um dia para lembrar que a potência de Wakanda vive aqui – nas histórias, nas redes de apoio e no futuro que essas mães constroem todos os dias.

Ao longo do dia, o público contou ideias e visões amplas. A cargo de Ana Flávia, Monique França, Leandra Almeida, Thaís Ferreira, Andressa Reis, Aída Barros, Carol Anchieta, Pollyne Avelino, que entregaram um evento ímpar, com o compromisso com a construção de um futuro mais justo, plural e humano, onde mães negras ocupem com dignidade e poder os espaços que sempre lhes pertenceram. “Eu como mãe preta e solo, idealizar e realizar esse projeto é uma espécie de cura muito particular. É extremamente importante trazer para o mundo e para sociedade em si um olhar de humanização para mães em todos os aspectos, sejam eles sociais, econômicos, culturais, políticos e principalmente a subjetividade psicológica no que tange a realidade de mães que são negras.”, declarou Pollyne.

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