“Parthenope”: a visão de Sorrentino sobre deusas e ninfas

CRÍTICA POR: REGNALDO NETO

Paolo Sorrentino é realmente um cineasta que mantém sua identidade autoral ao longo de sua carreira, e “Parthenope” é um exemplo claro disso. O filme reflete suas características marcantes, como a beleza visual, a exploração de temas complexos e a presença de personagens multifacetados. A história de Celeste Dalla Porta, a ninfa moderna, é uma releitura interessante do mito da sereia, que traz à tona questões de sedução, culpa e a dinâmica das relações humanas.

A forma como Sorrentino aborda a jornada de Parthenope, desde sua juventude até a maturidade, é rica em simbolismo e referências culturais, especialmente ligadas a Nápoles. No entanto, a crítica aponta que, apesar de suas intenções de dar profundidade à protagonista, a narrativa pode se tornar maçante e repetitiva, o que pode dificultar a conexão do público com a história.

Além disso, a falta de experiência do diretor em retratar protagonistas femininas pode ter contribuído para que a personagem não se desenvolvesse de maneira orgânica, resultando em uma representação que, embora tente ser mais do que um mero objeto de desejo, ainda se prende a estereótipos. A relação de Parthenope com os homens ao seu redor, incluindo figuras como John Cheever e o Professor Moratta, oferece momentos de reflexão, mas a evolução da personagem pode parecer estagnada em certos pontos.

Em suma, “Parthenope” é uma obra que, embora rica em estética e referências, pode não atingir a profundidade desejada em sua narrativa, refletindo tanto as virtudes quanto as limitações do estilo de Sorrentino.

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