A decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, juiz federal da 1ª Região responsável por autorizar a operação “Spoofing”, que prendeu quatro suspeitos de terem hackeado os celulares do ministro da Justiça Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, incluiu – além do pedido de prisão temporária – a busca e apreensão, quebra de sigilo de e-mail, bancário e bloqueio de bens dos quatro suspeitos.
“As prisões temporárias dos investigados são essenciais para colheita de provas que por outro meio não se obteria”, justifica o juiz ao determinar a prisão temporária de cinco dias.
Os suspeitos são: o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, que já usou o nome artístico de “Guto Dubra”, o seu amigo Walter Delgatti Neto, mais conhecido como Vermelho, de 30 anos, além de sua esposa, Suelen Priscila de Oliveira. Junto a eles, segundo o site O Antagonista, foi preso Danilo Cristiano Marques, sobre quem foram revelados poucos detalhes. Todos são do estado de São Paulo, sendo dois do interior e dois da capital.
O juiz pediu, igualmente, uma investigação aprofundada sobre as movimentações bancárias de Gustavo e Suelen. Mesmo com a renda mensal de aproximadamente R$ 3 mil, eles moveram mais de R$ 600 mil em suas contas. Segundo as investigações, Walter, Danilo, Gustavo e Suelen agiram “em conjunto”.
“Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos e movimentados pelos investigados”, explicou, na decisão, Vallisney.
Provedores
O juiz pediu informações à Apple, ao Google, ao Uol/Bol e à Microsoft para que forneçam os dados cadastrais, os registros IP de acesso e “mac address” dos últimos seis meses dos quatro suspeitos. Além disso, o juiz quer ter acesso a todos os Arquivos armazenados das contas de e-mail dos quatro envolvidos.
Operação
Na terça-feira (23/07/2019), a Polícia Federal (PF) prendeu quatro pessoas suspeitas de hackearem os celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Esses seriam os aparelhos que teriam dado origem à publicação de conversas demonstrando possível interferência do ex-juiz na Operação Lava Jato.
A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão e ocorreu no estado de São Paulo, mas os presos foram trazidos a Brasília para interrogatório.
O ministro informou que teve o seu celular invadido no dia 4 de junho por um hacker que teria acessado o aplicativo Telegram do aparelho e trocado várias mensagens com os contatos do ex-juiz da Lava Jato. Moro disse que pediu o cancelamento da linha e a troca de telefone.