Síndrome do esgotamento profissional passou a ser reconhecida recentemente pela OMS. Estilo de vida acelerado desencadeia o problema
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, como uma doença laboral. O organismo internacional estima que ela atinja em média 10% da população mundial. Os sintomas incluem desgaste profundo, falta de entusiasmo e irritação com o trabalho, além de estresse.
Segundo o psicólogo Bernardo Castro, o burnout muitas vezes tem sintomas parecidos com os da depressão, mas o estresse é o diferencial no diagnóstico. O estilo de vida acelerado ao qual estamos acostumados provoca uma resposta do organismo que só deveria ser desencadeada em casos de ansiedade ou medo.
É a chamada resposta de fuga ou luta: um mecanismo biológico do corpo para enfrentar ameaças. O organismo libera hormônios – como o cortisol, por exemplo – como parte de um sistema de comportamento defensivo. O normal seria o corpo desativar essa resposta automática após se sentir novamente em segurança. “No nosso estilo de vida, estamos sempre com a resposta de fuga acionada. É como se o perigo estivesse latente o tempo todo”, argumenta Castro.
No caso do burnout, o tratamento vai variar, mas frequentemente inclui o uso de ansiolíticos ou antidepressivos. Para prevenir o esgotamento, o psicólogo sugere a inserção de períodos de pausa na rotina. Ele recomenda que as pessoas programem alarmes durante os turnos de trabalho para se lembrarem da importância de levantar, tomar um café, dar uma volta.
A prática de exercícios de relaxamento muscular também é importante, assim como o desenvolvimento de novas formas de enxergar os problemas da rotina. O psicólogo sugere abordagens mais amenas para problemas que o indivíduo não pode controlar. “Um exemplo é o trânsito diário. Em vez de reclamar, aproveite o momento para curtir uma música”, finaliza.