“Aqui é Ceará. A gente tem que honrar a FDN, a Família do Norte”, diálogo foi obtido pelos investigadores que apuram se a facção criminosa Família do Norte, com atuação no Norte e Nordeste está em Brasília
“Aqui é Ceará. A gente tem que honrar a FDN, a Família do Norte”. O diálogo travado entre traficantes e vendedores de armas presos no Distrito Federal manhã desta terça-feira (18/6), apontam que a facção criminosa Família do Norte atua para se estabelecer na capital.
O grupo criminoso liderou ao menos dois massacres nas cadeias amazonenses. O mais recente deles, em maio deste ano, deixou 55 mortos. Delegado responsável pela investigação, Hudson Maldonado explica que a denúncia surgiu de uma pessoa que colabora com a polícia. “A informação é de que a facção estaria mandando pessoas para o Distrito Federal, sob o pretexto delas trabalharem com atividades lícitas, no mercado de hortifruti, mas, na verdade, esses ‘soldados’teriam a missão de estabelecer um braço da Família do Norte na capital”, afirma.
Segundo o investigador, essas pessoas estariam se instalando no setor conhecido como Vila Dnocs, em Sobradinho. “Esses informantes disseram que a facção estaria mandando soldados do Norte e do Nordeste para se instalar na região. Embora não sejam pessoas descoladas, as interceptações telefônicas já demonstraram grau de agressividade de impetuosidade desses criminosos”, revela.
O delegado vai aprofundar as investigações para confirmar a suspeita. “Precisamos de robustez para materializar a prova e vamos trabalhar nisso agora”, pondera. Hudson Maldonado ainda alerta que os informantes colaboram, mesmo com pena de serem executados. “Essas pessoas correm risco de vida”, garante.
Transferência de presos
Em 30 de maio, foi alertado que de nove homens apontados como líderes da chacina nos presídios de Manaus (AM) para Brasília. Trata-se de mais uma facção criminosa dentro dos presídios do Distrito Federal. Eles foram transferidos para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima em 28 de maio.
A Família do Norte (FDN) é apontada como responsável pela morte de 55 internos em quatro cadeias da capital amazonense, em maio, e da execução de outros 56 detentos, em janeiro de 2017. No extermínio de dois anos atrás, todos os alvos eram integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), que também tem chefes alocados no DF, incluindo o número um, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
anúncios patrocinados
Anunciando...