Boas práticas para utilização da água beneficiarão as próximas gerações

Boas práticas para utilização da água beneficiarão as próximas gerações
Boas práticas para utilização da água beneficiarão as próximas gerações

Um quarto da população mundial, o equivalente a 2,1 bilhões, não tem o fornecimento regular e adequado de água. A carência, em linhas gerais, deve-se à falta de investimentos em infraestrutura de saneamento básico, à poluição, que reduz a oferta de água potável, e ao desperdício.

O Brasil tem uma distribuição desigual: mais da metade da superfície de água do país (61%) está na Amazônia, onde vivem 4,2 milhões de brasileiros. Já a Caatinga, que abriga 32 milhões de habitantes, tem menos de 1 milhão de hectares de superfície de água (981 mil, ou 5% do total). Com 2,2 milhões de hectares, a Mata Atlântica tem 13% da superfície de água no Brasil, seguida pelo Pampa (1,8 milhão de hectares, ou 10% do total) e Cerrado (1,6 milhão de hectares, ou 9% do total).

Segundo a Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água (ALADYR), 97,5% de todas as águas existentes no planeta são salgadas e apenas 2,5%, doces. Somente 0,007% estão disponíveis para o consumo humano e, hoje, a Terra tem aproximadamente a mesma quantidade de água de quatro bilhões de anos atrás, para suprir uma população que já ultrapassa a oito bilhões de habitantes.

Garantir o fornecimento de água tem sido um desafio que envolve países e empresas de todo o planeta. De acordo com o relatório Scaling Water Reuse, “A Tipping Point for Municipal and Industrial Use”, do Banco Mundial, publicado em junho deste ano, apenas 3% da água consumida por cidades e indústrias no mundo é proveniente de reuso potável e industrial.

“A importância do reúso da água, pelas indústrias e empresas de diversos setores, tem conscientizado cada vez mais sobre sua necessidade, pois se trata de ação sustentável e um meio de reduzir custos operacionais. Nesse contexto, a conscientização sobre a água de reúso tem papel estratégico: sensibilizar gestores públicos, empresas e a sociedade civil sobre a importância de quebrar paradigmas, superar resistências culturais e ampliar o debate em torno da circularidade hídrica”, salienta Vininha F. Carvalho, ambientalista, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, 96,5% da água utilizada pela indústria siderúrgica nacional é proveniente de processos de reuso. O aumento desses números nos últimos anos culminou na redução da captação de água e do lançamento de efluentes.

O Instituto Brasileiro de Mineração revela bons resultados na reciclagem e recirculação de água nas plantas de mineradoras de vários segmentos. Os números podem chegar a até 80% em mineração de ferro, ouro e carvão mineral, por exemplo.

Os condomínios residenciais começam a se adaptar a essa realidade, criando sistemas de reuso de água. Para o gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz, a medida, além de ajudar o meio ambiente e valorizar o imóvel, pode significar uma economia de até 30% na conta.

“Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 6 e 9, buscam assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos, e construir uma infraestrutura sustentável, promovendo a industrialização inclusiva e capaz de fomentar a inovação”, finaliza Vininha F. Carvalho.

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