A automação jurídica vem ganhando força como aliada da eficiência operacional e da transformação digital nos departamentos legais. Segundo estudo da Thomson Reuters, 63% dos departamentos jurídicos já utilizam alguma forma de automação, e a tendência é de crescimento nos próximos anos. No Brasil, o uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) tem se intensificado não apenas em grandes escritórios, mas também em áreas jurídicas de empresas de diversos setores.
“A revolução digital avança em todos os setores, e o jurídico não é exceção. A cada dia, a tecnologia se mostra mais capaz de otimizar rotinas e transformar a maneira como advogados e operadores do direito trabalham”, afirma Letícia Carvalho, Chief Revenue Officer da Dataside, consultoria especializada em Dados e Inteligência Artificial.
Segundo ela, os chamados agentes inteligentes estão entre as inovações mais promissoras para o setor, pois permitem automatizar tarefas operacionais e liberar os profissionais para atuações mais analíticas e estratégicas. Essas soluções baseadas em IA são capazes de compreender o vocabulário jurídico, respeitar normas internas e se integrar a fluxos de trabalho complexos.
“Os agentes inteligentes vão além da automação básica. Eles interpretam comandos em linguagem natural, executam tarefas como triagem de documentos, resposta a consultas internas, organização de informações, análise preliminar de contratos e até apoio na rotina de compliance”, explica Caio Amante, CEO da Dataside.
Em relação à automação de documentos, estudos indicam que ferramentas como o Contract Express podem economizar até 82% do tempo em tarefas de elaboração de documentos jurídicos.
A adoção dessas ferramentas, segundo os especialistas da Dataside, tem como foco aumentar a segurança das operações, garantir maior conformidade e acelerar a tomada de decisões baseadas em dados. “Não se trata de substituir o profissional do direito, mas de oferecer suporte para que ele atue com mais agilidade e segurança”, destaca Letícia.
Para muitos times jurídicos, a principal barreira ainda está na mudança cultural e na adaptação às novas ferramentas. “A introdução de agentes inteligentes exige investimento em capacitação e o envolvimento da liderança para promover o uso responsável da tecnologia”, observa Caio.
Com a integração dessas soluções, o setor jurídico se aproxima de um novo patamar de maturidade digital.