Estudantes estão proibidos de usar telefone e outros aparelhos eletrônicos portáteis, inclusive, no recreio. Ontem foi dia de retomar a rotina para 80% das instituições particulares do DF
Ontem foi dia de volta às aulas para a maioria das escolas particulares do Distrito Federal com uma novidade: com a Lei 15.100/25, sancionada este mês pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os alunos estão proibidos de usar telefone celular e outros aparelhos eletrônicos portáteis, inclusive, no recreio e intervalo entre as aulas.
Para os alunos, o primeiro dia já mostrou como será diferente o ambiente sem celulares. O estudante Rafael, de 15 anos, ao ser buscado pela mãe Ericka Gadelha, 50, comentou com ela sobre a diferença que sentiu nas salas de aula. O adolescente disse que o dia de aula foi tranquilo e que o cenário foi diferente do que esperava. “Pensei que causaria muito mais problema, que a galera ia ficar mais desesperada, mas, pelo menos na minha sala, todos reagiram bem”, contou. Para Ericka, o aparelho celular, alinhado à tecnologia, é uma ótima ferramenta. “Algumas escolas utilizaram os aparelhos celulares para alinhar recursos tecnológicos aos educacionais. Eu acho isso sensacional”, disse.
Para a presidente do Sinepe-DF, Elisa Dummond, a mudança, feita na rede escolar do DF por completo, é uma adaptação para todos. “Independentemente de ser uma escola particular ou pública, temos alguns desafios em comum, como a nova legislação que proíbe o uso de celular dentro das instituições, seja em espaços coletivos ou nas salas de aula”. Ela ressaltou que, neste período de mudança, o apoio dos pais é essencial. “No momento isso é bem delicado e exige uma adaptação dos alunos, pais e professores. Estamos aguardando com a Secretaria de Educação a regulamentação da nova lei”, contou.
Rotina
Começando o primeiro ano do Ensino Fundamental I em sua nova escola, na Asa Sul, Laura estava ansiosa para fazer amigos. “Eu estou animada para as brincadeiras”, celebrou a menina. O pai dela contou que a família se mudou para a Asa Sul no ano passado e que, com o novo endereço, resolveu matricular Laura em um centro de ensino mais próximo.”Tudo muda agora com a volta às aulas. As crianças passam a ter uma rotina, melhora muito as coisas”, conta.
Diferentemente das instituições públicas, as escolas privadas têm um calendário variado e autonomia para decidir o dia de retorno dos alunos às salas. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe-DF), cerca de 80% das escolas tiveram seu primeiro dia de aula ontem, enquanto 20% retornam na próxima segunda-feira e as instituições internacionais seguem os calendários de seus respectivos países. A rede pública retoma as aulas em 10 de fevereiro.
Embora o ano escolar tenha começado ontem para muitos alunos, a equipe das redes de ensino começou a se preparar com antecedência para que tudo ocorresse como o planejado. “Antes da chegada dos alunos e das famílias, fazemos um preparo com nossos colaboradores para que esse início seja suave e leve, e que a saída e entrada das crianças seja feita com segurança”, explica Raquel Magalhães, 47, coordenadora de uma escola na Asa Sul. Ela contou que a equipe foi treinada nas duas últimas semanas de aula do ano passado e na primeira que antecede o retorno. “
“Eu amei rever meus amigos e conhecer meus sete novos colegas, mas fiquei triste porque descobri que minha melhor amiga saiu, mudou de escola”, contou Ana Cecília, de 7 anos. A irmã mais velha, Maria Isadora, 10, estava empolgada com a entrada no quinto ano do fundamental. “É uma nova fase, porque agora tem professores especiais. É tudo muito legal!”, disse a menina. O pai das pequenas, o servidor público Daniel Avelino, de 46 anos, contou que agora, com o retorno do período escolar, a rotina recomeça. “O ano começa agora, antes foi só diversão, de férias e curtir juntos. Agora, voltam as obrigações”, disse.
Essa mudança no dia a dia dos alunos se reflete também nos pais, que muitas vezes ficam tão animados quanto os filhos no primeiro dia, como a bióloga Erika Gadelha, 50 anos, mãe do Rafael, 15. “Este ano é especial porque é o primeiro ano de Ensino Médio dele. Achamos importante os pais estarem sempre próximos e acompanhar cada etapa”, disse a mãe. Ela diz que o filho deve retornar aos horários que tinha anteriormente, agora com as aulas de volta. “Estávamos de férias, ele estava viajando. Agora começamos a rotina que tínhamos antes, de levantar mais cedo.”