Designers oferecem soluções criativas para os desafios lançados na COP 29

Designers oferecem soluções criativas para os desafios lançados na COP 29
Designers oferecem soluções criativas para os desafios lançados na COP 29

A COP29 é a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece de 11 a 24 de novembro de 2024 na cidade de Baku, no Azerbaijão. Este evento internacional reúne países para debater mudanças climáticas e definir acordos e convenções globais da ONU. Os participantes avaliam o progresso coletivo para conter o aumento da temperatura média global, promover a adaptação à mudança do clima e outros temas.

O que está vindo à tona é a urgência de soluções inovadoras para enfrentar a crise climática. Neste cenário, uma profissão se destaca como peça-chave: o UX-Designer. Designers de diversas áreas estão utilizando sua criatividade, seu conhecimento técnico e sua capacidade para resolver problemas para desenvolver soluções sustentáveis, transformando sistemas e impactando positivamente o planeta. Fernanda Capelari, coordenadora do MBA em Future-Centered Design da FIAP, destaca que a interdisciplinaridade do design está se tornando um recurso essencial para enfrentar questões como fome, miséria e degradação ambiental. “A COP 29 foca na sustentabilidade, no meio ambiente e nas mudanças climáticas e o design regenerativo, uma abordagem emergente no ensino de design e tema central de nossos MBAs, tem se consolidado como uma resposta viável”, explica a professora Capelari.

O que é Design Regenerativo?

Diferente do design sustentável, que busca minimizar impactos negativos no meio-ambiente, o design regenerativo visa restaurar, melhorar e promover a saúde de ecossistemas inteiros. Esta abordagem estimula o uso de materiais biodegradáveis e práticas que rejuvenescem o ambiente, transformando problemas em oportunidades de regeneração. ‘Um exemplo prático é o uso de algas como matéria-prima para criar roupas, uma ideia que já tem protótipos, mas que ainda carece de escalabilidade e apoio financeiro”, afirma a professora.

Fernanda Capelari observa que o maior obstáculo para a adoção em massa dessas inovações é a falta de incentivos governamentais. “Mesmo em setores experimentais, como o da moda, que trabalha com biotecnologias sustentáveis, a escalabilidade é limitada sem apoio político e econômico”, avalia.

A união faz a força

Para Capelari, a COP 29 representa uma esperança. “É fundamental que haja uma cooperação internacional, que governos se unam para garantir incentivos a soluções regenerativas e sustentáveis”. Segundo ela, é necessário um esforço global para apoiar empresas, tanto grandes quanto pequenas, que investem em design voltado à regeneração ambiental. A criação de políticas públicas que promovam financiamento e inovação seria um passo decisivo.

O papel ativo dos designers

A professora enfatiza que os designers têm ferramentas e capacidade técnica para criar mudanças significativas. “Estamos em uma das maiores crises climáticas dos últimos anos e o designer tem o poder de contribuir positivamente. Mas precisamos de incentivos fiscais e governamentais”, pontua. No entanto, ela afirma que já existem soluções viáveis como softwares e plataformas que impactam positivamente o meio ambiente, como um aplicativo que transforma pesquisas na internet em plantio de árvores. A cada pesquisa realizada, a receita gerada por anúncios é utilizada para plantar árvores em áreas necessitadas ao redor do mundo. Desde seu lançamento, milhões de árvores já foram plantadas em regiões afetadas por desmatamento, ajudando a restaurar ecossistemas, combater mudanças climáticas e apoiar comunidades locais.

Capelari destaca ainda uma mudança cultural que está ajudando a impulsionar essa agenda. “Há uma nova geração, que chamo de ‘geração verde’, que valoriza produtos sustentáveis e exige práticas éticas das empresas. Este movimento é forte e cria uma demanda de mercado por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente”. Assim, o design, alinhado às expectativas do consumidor e às necessidades do planeta, se torna uma ferramenta lucrativa e ecologicamente responsável.

A esperança é que a COP 29 ajude a catalisar uma transformação sistêmica, na qual o design não seja apenas uma resposta criativa, mas uma parte essencial de estratégias globais para um futuro mais verde e resiliente. “A ligação entre o que o usuário quer e o que o planeta precisa é clara, e a mentalidade sustentável é o caminho”, conclui Capelari.

 

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