País não registra casos de sarampo desde 2022. Com certificado internacional, Brasil volta a ser considerado livre da doença, reconhecimento que perdeu em 2019
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta terça-feira (12/11) o certificado de eliminação do sarampo no Brasil, emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O documento, que também inclui a rubéola, foi entregue ao chefe do Executivo e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, pelo diretor da Opas, Jarbas Barbosa, que também atua como diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas.
O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, pela manhã, a portas fechadas. “Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacou o presidente durante a conversa.
A doença não é registrada no país, com transmissão local, desde 2022. Os casos que ocorreram desde então foram contraídos no exterior.
Status perdido
O Brasil passou a ser considerado livre de sarampo em 2015, mas perdeu o status em 2019 após o ressurgimento de casos da doença. Entre 2018 e 2022 foram registradas 40 mortes de crianças. A volta da doença foi atribuída principalmente a uma queda vertiginosa da cobertura vacinal.
Em 2021, a cobertura completa da imunização contra sarampo era de 52,3% da população, o que subiu para 63,5% em 2023. Já a cobertura da primeira dose subiu de 74,9% para 86,9% no mesmo período. As taxas estão muito abaixo do considerado ideal por médicos, de 95%.
A Lula, o diretor da Opas destacou a retomada das campanhas de vacinação, incluindo aquela contra covid-19. “A vacina é um promotor de equidade, as vacinas que recebem as crianças pobres são as mesmas que recebem as crianças ricas”, disse Barbosa.