O maior esquema corrupto do PRÓ-DF que alimenta a Grande máquina de propinas no Distrito Federal

Venda de terrenos e empresas no âmbito do Pró-DF movimenta milhões em fraudes e corrupção

Por Mino Pedrosa

 

Um esquema criminoso infiltrado no programa Pró-DF expõe a participação de autoridades, lobistas e empresários com forte influência política e econômica. O escândalo envolve a manipulação de vendas de terrenos e de empresas falidas, que, após não cumprirem as metas do programa, foram utilizadas para alimentar um lucrativo esquema de corrupção.

Desde 2012, um intricado esquema de venda ilegal de terrenos vem sendo articulado por Roberto Cortopassi Júnior, empresário condenado pela Justiça e protagonista de diversas polêmicas. O início dessa trama remonta ao governo de Joaquim Roriz, quando Cortopassi adquiriu, via Pró-DF, um terreno no Lote 01, Conjunto 11, Quadra 14, SCIA – Cidade do Automóvel, com área de 4.031 metros quadrados.

Documentos obtidos pela reportagem revelam que Cortopassi vendeu o terreno de forma ilegal, burlando as diretrizes do contrato do Pró-DF, cujo objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico local. A primeira venda ocorreu em 2012, por R$ 3,1 milhões, para o empresário Jucelino Lima Soares, mediante a promessa de regularização e transferência do terreno. Contudo, a transferência jamais se concretizou. O golpe se repetiu em dezembro de 2023, quando o mesmo terreno foi novamente negociado, desta vez para José Antônio dos Santos Filho, por R$ 5,5 milhões.

Manobras empresariais e o divórcio de fachada

Além das vendas fraudulentas, Cortopassi é acusado de arquitetar uma série de manobras para proteger seu patrimônio de credores e do poder público. Uma das táticas denunciadas foi a simulação de um divórcio com sua esposa, Renata Macedo Cortopassi, visando evitar que os terrenos fossem usados para quitar dívidas milionárias.

Uma nova empresa, M&C Administração de Imóveis e Participações Ltda., foi registrada em nome de Renata, com sede no Lago Sul, uma das regiões mais nobres de Brasília. A transferência dos terrenos para essa empresa foi uma tentativa clara de frustrar os credores, enquanto Cortopassi mantinha o controle sobre os bens.

Agentes públicos envolvidos

O esquema de Cortopassi não se limita a fraudes empresariais. Ele contou com a cumplicidade de figuras de peso no cenário político local. Entre elas está o misterioso “Didila”, um operador nas sombras conhecido por ser o braço-direito de Thales Mendes Ferreira, atual secretário de governo.

Foto: Agência Brasília

Thales Mendes Ferreira, segundo as denúncias, utilizou sua posição de poder para remover o terreno do edital nº 07/2023 da Terracap, beneficiando diretamente o grupo criminoso. Além disso, há indícios de que Mendes e Cortopassi tenham feito um acordo para facilitar a negociação de uma área valorizada entre a Asa Norte e o Lago Norte, avaliada em impressionantes R$ 800 milhões.

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