Na futura Rodoviária todo será taxado desde o estacionamento dos ônibus até os antigos lojistas permissionários, pois o governador do DF assinou o contrato de privatização do terminal da Rodoviária

O consórcio Catedral, vencedor do processo de licitação, será responsável pela administração do terminal pelos próximos 20 anos

 

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha assinou o contrato de concessão da Rodoviária do Plano Piloto à iniciativa privada, marcando o início do processo de modernização e melhoria na infraestrutura do terminal de ônibus, que atende cerca de 600 mil pessoas diariamente. Durante a solenidade de assinatura realizada nesta terça-feira (15/10), no salão branco do Palácio do Buriti, o governador destacou que, apesar da transição de gestão, as tarifas do transporte público não serão reajustadas até o final de seu mandato, em 2026.

O governador destacou que a decisão de conceder a gestão da rodoviária à iniciativa privada foi baseada em exemplos bem-sucedidos, como o da Rodoviária Interestadual de Brasília e do Aeroporto JK. “Nós temos que reconhecer que em algumas áreas a iniciativa privada pode ser mais eficiente. A gestão privada visa o lucro, mas também oferece soluções mais rápidas e de qualidade para a população. Eu estou muito feliz com o dia de hoje, mas também quero dizer que eu vou cobrar, pode ter certeza disso. Pode avisar a turma que eu vou ficar em cima, porque eu investi muito nesse projeto”, afirmou Ibaneis.

O secretário de transporte e mobilidade do DF, Zeno Gonçalves também ressaltou que o processo de concessão, iniciado em 2019, foi cuidadosamente planejado e discutido com diferentes esferas do governo e da sociedade. “Reunimos os melhores técnicos e formulamos uma proposta que atendesse a comunidade e melhorasse a qualidade de vida dos usuários do transporte público. O projeto foi ao Tribunal de Contas, onde ajustes foram feitos para aprimorá-lo, e passou por um debate amplo na Câmara Legislativa, envolvendo oposição e sociedade civil”, explicou.

Passo a passo

A concessão prevê que o consórcio Catedral, vencedor do processo de licitação, seja responsável pela administração pelos próximos 20 anos e invista na modernização do terminal, reformando banheiros, escadas rolantes e elevadores, além de melhorar a segurança e a acessibilidade para os usuários do terminal. O presidente do consórcio vencedor, Enrico Capecci, afirmou estar orgulhoso de participar desse projeto que beneficiará os brasilienses diariamente. “Será um projeto inédito que trará grandes melhorias para a população”, disse.

Com a assinatura do contrato, o consórcio tem um prazo inicial de 90 dias para iniciar a implementação dos serviços. As obras e demais melhorias começarão assim que os projetos forem devidamente aprovados. Ao todo, o consórcio terá seis anos para investir R$ 120 milhões, sendo R$ 55 milhões destinados para reformulação da estrutura, R$ 58 milhões na modernização do terminal e R$ 8 milhões para implantar o centro de controle operacional, fora os serviços de manutenção e conservação.

Para garantir uma transição de gestão organizada, será criado um comitê especial composto por dois representantes do consórcio e dois da Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF. Esse comitê terá a missão de coordenar as ações prioritárias durante os primeiros meses da concessão, facilitando o início das obras. Um ponto crucial é que essas obras serão programadas para ocorrer preferencialmente durante períodos de menor fluxo de passageiros, como à noite, para minimizar transtornos à população.

Entre as melhorias prometidas está a qualificação da segurança, conservação, iluminação e limpeza da rodoviária. Em relação ao estacionamento da rodoviária, o preço previsto é de R$ 5 por hora. Essa área compreende a plataforma superior, nas proximidades do Conic, Sesi Lab e Conjunto Nacional, enquanto outras áreas adjacentes, como a parte inferior do Conic e da Galeria dos Estados, não estão incluídas na concessão e continuarão gratuitas.

Além disso, o consórcio também poderá explorar diversas atividades na rodoviária, cobrar por publicidades, embolsar o aluguel de lojistas e donos de quiosques, coletar das empresas de ônibus a taxa de acostamento por veículo, de R$ 2,70 a R$14 e explorar o estacionamento dos pontos descritos acima equivalentes a 2.902 vagas disponíveis.

Expectativas

Entre os lojistas permissionários, aqueles que têm licença para trabalhar, a expectativa é de que as mudanças tragam impactos positivos para os negócios. Lúcio da Silva, que trabalha na rodoviária há 52 anos, apontou que a situação atual, com altos custos e insegurança, tem dificultado o comércio. “Aqui, a gente lida com taxas altas e muita insegurança. A droga corre solta, o comércio informal atrapalha, e quem paga impostos acaba prejudicado. A expectativa é que, com a privatização, a situação melhore e traga mais segurança e conforto para os clientes”, afirmou .

Pedestres como a servidora pública Reiciane Alves Almeida, 38, que usa a rodoviária todos os dias, se mostraram otimistas quanto às mudanças. “Eu espero que a privatização traga mais modernização. Precisamos de mais acessibilidade, escadas rolantes e elevadores funcionando e um ambiente mais seguro e limpo. A população esperava por isso há muito tempo”, enfatizou.

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