Mesmo com a maior escolaridade as mulheres ainda ganham em média 21% menos que homens

A maior disparidade foi verificada entre os profissionais das ciências e intelectuais, grupo em que as mulheres receberam 36,7% menos que os homens. Dados estão em pesquisa publicada pelo IBGE nesta sexta-feira (8/3)

 

Apesar de ultrapassarem os homens em níveis de escolaridade, as mulheres ganham 21% menos. A pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8/3), aponta que a maior desigualdade salarial está nas profissões intelectuais e científicas.

Entre os homens com 25 anos ou mais de idade, 15,1% têm ensino superior completo, já entre as mulheres na mesma faixa etária, 19,4% completaram alguma graduação. No entanto, o rendimento habitual médio dos homens é de R$ 2.920 mensais, enquanto o das mulheres foi de R$ 2.303.

Entre diretores e gerentes, as mulheres ganham um salário 27% menor. A maior disparidade foi verificada entre os profissionais das ciências e intelectuais, grupo em que as mulheres receberam 36,7% menos que os homens.

  • Desigualdade salarial
    Desigualdade salarialIBGE

A pesquisa aponta para um movimento inverso, onde as mulheres ganham mais em setores com setores com domínio masculino por serem mais qualificadas, em que é mais difícil conquistar cargos altos. Isso acontece nas atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Apenas 16% dos cargos gerenciais dessas áreas são comandados por mulheres, por outro lado, a remuneração no grupo é 28% maior do que a dos homens.

O mesmo fenômeno foi identificado nas profissões do grupo água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação. Nele, as mulheres são apenas 19% dos cargos de liderança, e ganham 9,4% a mais que os homens.

Participação no mercado de trabalho

A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 53,3% enquanto a dos homens foi de 73,2%. A maior dedicação ao trabalho de cuidado e doméstico impacta na inserção no mercado de trabalho. Em 2022, 28% das mulheres estavam em trabalhos de tempo parcial, de até 30 horas semanais, quase o dobro do verificado para os homens (14,4%).

Além disso, a taxa de informalidade delas foi de 39,6% contra 37,3% deles, sendo que a diferença entre a taxa de informalidade das mulheres pretas ou pardas chegou a 45,4% contra 30,7% dos homens brancos.

O estudo mostrou ainda que o nível de ocupação das mulheres adultas (entre 25 e 54 anos) é afetado pelo cuidado com crianças. Em casas com crianças de até 6 anos, 56,6% estavam ocupadas. Já em lares sem crianças, a taxa de ocupação sobe para 66,2%. Entre os homens a tendência é inversa, em domicílios com crianças de até 6 anos, 89% de homens adultos estão ocupados, contra 82,8% das casas sem crianças.

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