Concurseiros devem ficar atentos às próximas movimentações da reforma que vai definir o futuro do funcionalismo público
Rumores sobre o fim da estabilidade ganharam forças com as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), no último fim de semana, de proteger os direitos adquiridos dos atuais funcionários públicos, mas abrir a possibilidade de não estender essa garantia aos novatos. Da Câmara dos Deputados, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) defende mudanças tão amplas quanto a Reforma da Previdência. A ausência de detalhes e os burburinhos de bastidores aumentam a tensão que só terminarão quando o texto definitivo da Reforma Administrativa for apresentado aos parlamentares.
Ameaça
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são elos ainda mais frágeis. Muitas estão na lista de potenciais privatizações, como os Correios, Petrobras, Eletrobras e Caixa. Outras passam por um esvaziamento, como a Infraero, que teve trabalhadores cedidos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) depois que a NAV Brasil foi criada.
Repercussão
A estrutura de seleção também está na berlinda e não é de agora. Em meados do ano passado, foram editadas as regras que flexibilizam a mobilidade dos servidores públicos – que passam a estar aptos a mudarem de local de trabalho a partir do preenchimento das ofertas divulgadas internamente. A medida tem por objetivo o aproveitamento de talentos da atual mão-de-obra sem criar a necessidade de concurso público. Em parte, é uma alternativa pertinente em tempos de retração econômica. Entretanto, tem sido usada de maneira bem mais ampla e sem respeitar as características das funções ofertadas quanto a escolaridade e requisitos.
O mais importante é o alerta, em pleno Dia do Servidor Público, da relevância do envolvimento dos concurseiros para bem além do conteúdo programático das futuras provas. A movimentação vai filtrar os reais interessados, abandonando pelo caminho muitos aventureiros e aqueles que não pretendem investir na carreira.