Crise no Oriente Médio: Impactos Econômicos Globais e Reflexos no Brasil

 

A instabilidade persistente no Oriente Médio continua a gerar ondas de preocupação nos mercados financeiros ao redor do mundo. A estimativa das autoridades é de pelo menos 1.100 mortes desde o ataque protagonizado pelo Hamas, grupo palestino que enfrenta Israel.

 

O governo de Israel fala em 700 mortos e 2.300 feridos após os ataques. Do lado palestino, seriam 413 pessoas mortas na Faixa de Gaza – 41 mulheres e 78 crianças – e também em torno de 2.300 feridos.

 

“Conflitos regionais, como os ocorridos recentemente, têm um potencial significativo para desestabilizar não apenas a região, mas também os mercados internacionais, afetando países que mantêm laços comerciais e financeiros com a área. Os efeitos dessa crise não passam despercebidos”, comenta Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial & Country Manager da Savel Capital Partners.

 

Impactos Econômicos Globais

 

Na última segunda-feira (09), as principais bolsas do mundo operaram em queda e o dólar (R$ 5,17) e o petróleo subiram diante da cautela dos investidores com a crise no Oriente Médio.

 

A região do Oriente Médio possui um papel crucial na economia global, sendo um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) produz aproximadamente 40% de todo petróleo extraído no mundo e 70% das exportações desse recurso em todo o globo.

 

Segundo Luciano Bravo, qualquer perturbação na produção ou distribuição de petróleo tem repercussões imediatas nos preços internacionais. Desde os recentes eventos, o preço do barril registrou um aumento considerável, provocando um aumento nos custos de produção em diversas indústrias ao redor do mundo. A estimativa feita pelo banco francês Société Générale é que o preço internacional do barril de petróleo alcance US$ 100 em 2024.

 

Países altamente dependentes do petróleo importado são os mais afetados, visto que enfrentam pressões inflacionárias e uma potencial desaceleração econômica. Além disso, a incerteza geopolítica na região faz com que investidores e empresas hesitem em iniciar novos projetos ou expandir operações, resultando em uma menor injeção de capital em setores cruciais, como infraestrutura e tecnologia”, explica Luciano.

 

Impactos no Brasil

 

O Brasil, como uma economia emergente, não está imune aos efeitos da crise no Oriente Médio. Entre janeiro e julho de 2023, o Brasil importou mais de 8 milhões de toneladas de petróleo a um preço total de US$ +5 bilhões. Os recentes aumentos nos preços podem pressionar a inflação e impactar os custos de produção em todos os setores.

 

Em recente entrevista, André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas),

afirmou que existe uma pressão em cima do mercado aumentar a probabilidade do Brasil ter algum aumento do diesel e da gasolina até o final do ano. Para Braz, “há muita cautela neste momento. Para cada 1% de aumento da gasolina, o impacto na inflação ao consumidor é de 0,05 ponto percentual. Então um aumento de 5% na bomba, por exemplo, representaria um aumento na inflação de 0,25 ponto. Isso é inflação na veia”, disse.

 

A crise no Oriente Médio não é um problema isolado, mas sim um tema que ressoa em todos os cantos do globo. “A incerteza global tende a reduzir os investimentos estrangeiros diretos, afetando a capacidade de crescimento econômico também no longo prazo”, diz Luciano.

anúncios patrocinados
Anuncio patrocinado

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.