Ler e entender rótulos de alimentos é essencial para cuidar bem da sua saúde e da sua família, afinal, as informações das embalagens nos revelam quais produtos atrapalham ou contribuem para sua saúde.
Ler as letras miúdas e interpretar o rótulo corretamente são atitudes importantes na hora de comprar. Enquanto grande parte das embalagens destaquem palavras como “fonte de fibras”, “rico em vitaminas” e “0% gordura trans”, a tabela nutricional mostra o contrário: um alimento cheio de açúcar e sódio acima dos limites.
O Chef e mestre padeiro Marcelo Horta nos alerta para os perigos do rótulos e nos dá algumas dicas para não errarmos na hora das compras:
1. Ordem dos ingredientes
Você sabia que os ingredientes estão ordenados de forma crescente? Isso significa que os primeiros são aqueles que estão concentrados em maiores quantidades.
Então, se um alimento diz ser integral, mas a farinha que aparece primeiro é a branca, tem algo de errado aí. Se o primeiro ingrediente for açúcar ou óleo, também é hora de devolver a embalagem para a prateleira.
2. Informação nutricional
Apesar de conter informações importantes, a tabela nutricional costuma ficar escondida entre propagandas e ilustrações. A partir dela é que você reconhece se o alimento é fonte de carboidrato, gorduras, proteínas, fibras alimentares ou sódio. Afinal, não é só nas calorias que você deve pensar.
3. Nada de nomes difíceis de pronunciar
Existe uma dica certeira na hora de ler os rótulos: priorize sempre os alimentos que têm ingredientes que você consegue ler. Nomes estranhos, números e siglas são uma prova de que esse produto é ultraprocessado.
Lembre-se, também, de preferir os produtos com a menor quantidade de ingredientes. O ideal é consumir produtos sem conservantes mas isso é quase impossível no universo de produtos industrializados, então achou um conservante no rótulo, ok, mas quanto menos, melhor.
4. Cuidado com os açucares disfarçados
Fique atento também a quantidade de açúcar nos alimentos. Se o suco tem 20g de açúcar na porção e o total recomendado pela OMS é 25g por dia, talvez, seja melhor encontrar outra opção.
Devemos ter atenção redobrada principalmente nos açucares ocultos, pois muitas vezes o AÇÚCAR está disfarçado com as nomenclaturas abaixo:
• Xarope de milho
• Dextrose
• Frutose
• Maltose
• Galactose
• Maltodextrina
• Sacarose
• Glicose
• Suco de cana evaporado
• Caramelo
• Xarope de alfarroba
• Xarope de arroz
• Melaço
• Néctar
• Xarope de ágave
• Extrato de malte
• Manitol
• Amido
• Glucose de milho
• Açúcar invertido
• entre outros
5. A pegadinha do Diet e Light – Você sabe a diferença?
Diet é a palavra em inglês para dieta e light significa leve. Como os nomes sugerem, eles são alimentos indicados em dietas específicas devido a algum problema de saúde ou para a perda de peso. A diferença entre alimentos diet e light está na quantidade permitida de um determinado nutriente.
O diet é isento de algum nutriente (açúcar, sódio, gordura, glúten, lactose), independentemente do número de calorias. O light deve apresentar uma diminuição mínima de 25% do nutriente em questão (açúcar, sal ou gordura) e ter 25% menos calorias, em comparação com o alimento original não light. O alimento zero é semelhante ao diet, onde se exclui 100% de um ou mais nutrientes (tipo zero gordura ou zero açúcar) e geralmente vem acompanhado de grande redução calórica.
Principais indicações:
•O alimento diet é indicado para quem tem algum problema de saúde, e pode até conter mais calorias do que o alimento convencional. Por exemplo, o chocolate diet não contém açúcar, no entanto é mais calórico do que o tradicional, pois tem um teor maior de gorduras. Já o produto light é indicado para quem está preocupado em reduzir calorias.
•O diabético deve restringir o consumo de açúcar, então pode optar pelos produtos diet isentos de açúcar. Quem sofre de hipertensão arterial pode escolher produtos diet isentos de sódio, ou light com redução de sódio, dependendo da recomendação médica em relação à restrição de sal. Para pessoas com problemas de vesícula são recomendados produtos sem gordura. Para os portadores de problemas renais há produtos com restrição de proteína. Quem faz uma dieta e quer ingerir menos calorias deve optar por produtos light: o diet não é indicado porque não há redução de calorias no alimento.
Mas o Diet pode ser mais calórico?
Sim, explica Marcelo Horta: “Por exemplo, quando se tira totalmente o açúcar o sabor pode não ser tão bom e, para compensar, é colocado outro ingrediente (como gordura ou sódio) em grande quantidade, para disfarçar o gosto do adoçante utilizado e para manter a consistência, o que acaba somando calorias. Além do açúcar, o diet também pode ser isento de sódio, gordura ou proteína. Então, quando se retira a gordura ou a proteína, o teor de carboidratos será maior.